Os últimos dias trouxeram o lançamento anual do título de Fórmula 1 da Codemasters. O EA Sports F1 chegou às mais variadas plataformas, desde PC, Xbox One, Xbox Series, PS4 e PS5. Testámo-lo na PS5 e neste artigo contamos-te as conclusões.
O jogo custa desde 79,99 € na atual geração e coloca-te na pele de um piloto de F1 ou na pele do teu piloto favorito de F1, sejas team Max Verstappen, Lewis Hamilton ou Charles Leclerc. Neste artigo foco-me na minha experiência com o jogo, sendo eu aficionado de Gran Turismo, e tendo também jogado o EA Sports F1 23.
A minha opinião sobre o EA Sports F1 24
O renovado Modo Carreira
A grande novidade deste F1 24 é a maior aposta no Modo Carreira. Se, tal como eu, fores mais jogador do ‘offline’ e combinares isso com ser fã de F1, esta novidade é muito bem-vinda. O simples facto de podermos utilizar um piloto real neste modo é agora uma possibilidade.
Sendo eu ‘team Lewis’, esta é uma boa forma de conseguir ganhar qualquer coisinha num Mercedes este ano. Já que na realidade sabemos que isso é uma miragem, com o ‘trator’ que a Mercedes concebeu para 2024.
Ao iniciarmos um Modo Carreira, acabamos de assinar contrato com a equipa desejada e teremos objetivos para a temporada. Neste campo até poderá ser interessante apostar num piloto com mais possibilidade de evolução para tornar a experiência mais interessante.
É possível ajudarmos a nossa equipa a evoluir ao longo da temporada, mas isso também é uma realidade com o piloto escolhido. Existe uma rivalidade desde início com o colega de equipa, e esta também será visível com os restantes pilotos e equipas do grid.
Uma das partes que achei mais interessante são os objetivos que a equipa te coloca ao longo da corrida que podem ajudar o teu rating a subir ou descer. Estes vão variando, desde fazer determinada ultrapassagem ou fazer determinado tempo numa volta.
Os encontros secretos são das funcionalidades introduzidas nesta versão que tornam o Modo Carreira mais interessante. Como o próprio nome indica, é uma funcionalidade que te coloca numa reunião secreta com outras equipas que te queiram contratar. Tal como na realidade, a tua equipa pode (ou não) descobrir que esta reunião aconteceu e não irá gostar.
É claro, continuas a poder criar o teu próprio piloto e viver a experiência de F1 na tua equipa de topo favorita ou começar numa do fundo do grid e ir progredindo. E também é possível vestires a pele de pilotos icónicos, como Ayrton Senna ou Michael Schumacher.
Mais realista
Num jogo deste género, queremos que a experiência seja o mais realista possível. E isso deve verificar-se nos pneus, seja quando corremos em pistas secas ou mais molhadas. Neste título notarás que existe uma melhor reação dos pneus a cada piso e também à duração e gestão dos mesmos, que é necessário fazer.
Se jogaste títulos anteriores, outra novidade que notarás imediatamente é na adição de vozes reais dos pilotos nas comunicações por rádio. No entanto, estas comunicações ainda estão limitadas a finais de corrida e a eventuais acidentes. Penso que será um processo de adicionar mais comunicações no futuro.
Pistas melhoradas e circuito da China adicionado
Outra adição que deves ter em conta é que há pistas icónicas melhoradas, para se manterem fiéis à realidade. Isso é visível no circuito de Spa-Francorchamps, mas também em Siverstone ou na mais recente Jeddah. O circuito da China regressou ao jogo, tal como na realidade. E embora Portimão não esteja no calendário, também podes fazer umas voltas na ‘montanha russa’ da Mexilhoeira Grande.
A Inteligência Artificial consegue ser bastante conservadora e ‘certinha’, principalmente se optares por jogar em alta dificuldade (esta pode ser medida entre 0 e 100). No entanto, por vezes seria interessante que a IA fosse um pouco mais imprevisível e agressiva onde faz sentido.
Isto acaba por se verificar também na pouca frequência de acidentes de corrida, entradas de safety car ou bandeiras vermelhas. Se no título anterior estes eram mais consentâneos com a realidade, acho que fazia falta haver mais ‘drama’ em corrida no F1 24. Espero que a Codemasters possa aumentar essa incidência em futuras atualizações.
Falta detalhe
A verdade é que, graficamente, não podemos comparar o F1 24 com um Gran Turismo 7. E isso seria algo que gostaria de ver a ser mais próximo neste simcade, principalmente quando estamos a falar de jogar em consolas desta geração. Além de algumas melhorias na iluminação, o salto gráfico parece-me ténue do jogo anterior para este.
Nesta geração temos algumas novidades na física dos monolugares, que têm tendência para a sobreviragem. Isto faz com que a abordagem às curvas possa ser considerada mais simples, mas também te podes confrontar com a perda do controlo do carro à saída das mesmas. Nada que alguma prática não resolva.
Onde a Codemasters continua de parabéns é naquela emoção de correr num monolugar a alta velocidade. É um jogo que te dá uma boa sensação de velocidade, próxima à realidade, e que tira bom partido dessa emoção. Principalmente se usares a visualização a partir do cockpit (onde até podes esconder o halo para facilitar).
O grande foco desta geração está no Modo Carreira e, na minha opinião, ainda bem. Foi retirado o modo Braking Point, do qual pessoalmente não era fã. Nos restantes modos, como o online, não notarás grandes diferenças se jogaste a versão anterior. No modo online há demasiado caos para o meu gosto, daí que me agradem bastante as adições feitas no offline.
Conclusão: uma carta de amor ao Modo Carreira
O título da EA Sports e Codemasters não é conhecido por ser um simulador puro e duro de F1. É um híbrido entre simulador e arcade e essa experiência mantém-se na edição de 2024, com boas melhorias no Modo Carreira que parecia esquecido.
Com o abandono do Braking Point e as melhorias no Modo Carreira, este título parece uma verdadeira carta de amor a este modo. Agora temos comunicação de rádio reais e há pistas melhoradas. Mas continua a ser necessária uma melhoria visual, que não é propriamente notória face à anterior geração.
Se és fã deste tipo de jogos e de F1, este continua a ser um must buy. Mas claro, continuam a ser discutíveis estes lançamentos anuais, tal como acontece noutros títulos desportivos.