Aparentemente, a RTP vai deixar de ter publicidade. Recorde-se que, só no ano passado, o canal de televisão público teve uma receita comercial líquida na ordem dos 21,7%.
De acordo com o jornal ECO, a RTP vai “viver” com os 190 milhões de euros de contribuição audiovisual (CA), que são destinados ao canal. Importa ainda realçar que, da RTP, irão sair 250 funcionários.
Quanto tempo demora até ao último “adeus” à publicidade da RTP?
Como refere a mesma fonte, é expectável que os conteúdos publicitários vão saindo do canal, durante os próximos três anos. Por outras palavras, é de prever que, em 2028, a RTP já não tenha qualquer tipo de publicidade.
Traduzindo a perda em questão para números reais, quer dizer que a RTP vai perder perto de 20 milhões de euros, só em receitas publicitárias. De qualquer forma, como referido anteriormente, o Governo não pretende aumentar os índices de CA.
Quem deu essa garantia foi o ministro Pedro Duarte, responsável pelo setor da comunicação social. A informação foi dada esta terça-feira, dia 8 de outubro, sendo que faz parte de um plano de ação para os media.
Sobre o não-aumento da contribuição audiovisual, Pedro Duarte explica que “não há mexidas porque primeiro é preciso mostrar que a RTP está a dar um salto para se justificar uma maior contribuição dos contribuintes“.
Em que consiste o plano do Governo para os media?
À luz do que avança o Jornal de Negócios, o plano do Governo para os media assenta em quatro pedras basilares. São estas: regulação do setor, serviço público concessionado, estímulos no setor e luta contra a desinformação.
Como refere Pedro Duarte, um dos grandes objetivos passa por “modernizar a RTP” , sendo que o Estado promete dar “flexibilidade” de gestão à empresa. Empresa essa que, na sua ótica, “precisa de preparar os tempos que aí vêm” (via RTP).
Quem também se pronunciou sobre o assunto foi o Primeiro-Ministro. No entender de Luís Montenegro, uma grande prioridade é “combater ferozmente a desinformação”. Assim, de forma a haver uma regulação do setor, pretende criar um “código de Comunicação Social” mais simples.
Segundo a RTP, é expectável que o Governo também adicione estímulos no setor. Estes passam por ajudas no financiamento de jornais locais, incentive a contratação de jornalistas e que pague salários de 1.120 euros para quem tem contratos sem termo.
Quanto à luta contra a desinformação, espera-se que o Governo financie o acesso a um órgão de comunicação social à escolha para os jovens. Para a restante população, é de prever que esse financiamento seja na ordem dos 50% do valor total.
Já o serviço público concessionado, como dito anteriormente, passa por reduzir, de forma gradual, a publicidade comercial.