O termo "low-cost”, frequentemente aplicado a operadoras de telecomunicações (como a DIGI, WOO, UZO e NOWO), refere-se a empresas que oferecem serviços a preços mais baixos do que as operadoras tradicionais (MEO, NOS e Vodafone).
Mas há mais por trás disso do que apenas preços baixos. Embora tenha chegado a Portugal com preços baixos, a DIGI não se considera uma operadora de baixo custo. Basta vermos as declarações oficiais da operadora.
Em entrevista ao podcast Contas Poupança, Urbino Miguel, diretor comercial da DIGI referiu recentemente: “nós não nos posicionamos como low-cost. Não nos sentimos uma empresa low-cost”. Mas que fatores fazem uma operadora poder ser considerada de baixo custo?
Razões para uma operadora ser considerada low-cost
- Infraestrutura: Muitas operadoras low-cost alugam infraestrutura de rede das grandes operadoras, em vez de construírem a sua própria. Isso reduz significativamente os custos iniciais e de manutenção. No entanto, a DIGI tem infraestrutura própria.
- Lojas físicas: É comum terem menos lojas físicas ou até mesmo operarem exclusivamente online, diminuindo os custos com aluguer, pessoal e logística. A DIGI tem apenas pequenos stands.
- Marketing: Investem menos em publicidade tradicional (TV, rádio) e apostam mais em marketing digital e “boca-a-boca". Até agora a DIGI não fez publicidade tradicional em Portugal.
- Serviços adicionais: fornecem menos serviços adicionais, como TV com muitos canais, plataformas de streaming incluídas ou suporte técnico 24 horas por dia. Neste caso, a DIGI tem efetivamente menos canais na TV, mas não por vontade própria.
- Tarifários: Oferecem planos mais simples e transparentes, com menos opções e "extras" confusos, focando-se no essencial (chamadas, internet). Bate certo com a DIGI.
- Fidelização: Tendem a ter contratos com períodos de fidelização mais curtos ou inexistentes, dando mais liberdade aos clientes. Algo que a DIGI possui.
- Gestão de conta online: Incentivam os clientes a gerirem as suas contas e serviços online, através de aplicativos e sites, reduzindo a necessidade de contacto com o suporte técnico.
- Comunicação digital: Utilizam canais digitais (email, chat, redes sociais) para comunicar com os clientes, o que é mais económico do que call centers. Em ambos os casos bate certo com a DIGI, que também tem call centers.
DIGI não deve ser considerada uma operadora low-cost
É importante lembrar que low-cost nem sempre significa menos qualidade. Muitas operadoras low cost têm serviços com boa qualidade e cobertura de rede, a preços mais acessíveis. No entanto, é fundamental comparares as ofertas e leres os termos e condições antes de fazeres a tua escolha,
Sendo assim, a DIGI não deve ser considerada uma operadora de baixo custo em Portugal. Embora se encaixe em alguns dos aspetos, tem infraestrutura totalmente própria, tanto de fibra ótica como de rede móvel.
O mais justo será considerar a DIGI como uma operadora “híbrida”, pois tem características de low-cost e de operadora tradicional. Mas com a melhoria e estabilização dos seus serviços que é esperada, perderá certamente o rótulo de low-cost e quem sabe tornará os preços baixos na norma.
Caso queiras saber mais sobre a minha experiência com a DIGI após 2 meses de utilização podes ler o artigo dedicado.