Segundo dia da IFA 2025: As TV's ainda dominam
Comecei o segundo dia (sábado, 6 de setebro 2025) pela entrada oposta do dia anterior e rapidamente me deparei com as grandes marcas do evento como a LG, Hisense, TCL ou Samsung. Uma coisa saltou logo à vista - a jóia da coroa destas marcas continuam a ser as TVs e a luta sobre qual a melhor tecnologia para as construir.
A Samsung aposta no MicroRGB
Vamos começar pela Samsung. Além de terem conceitos como TVs transparentes e em 3D (tentei filmar esta segunda mas o vídeo não lhe faz justiça), o grande esforço da marca vai para uma TV de 115 polegadas com tecnologia Micro RGB.
O que é que MicroRGB significa na prática? Basicamente, cada LED vermelho, verde e azul é controlado individualmente. O resultado são cores que saltam à vista, pretos mais profundos e uma imagem imersiva.
E antes de começares a medir a parede para colocar este televisor aí em casa, fica a saber que este modelo de 115 polegadas micro RGB custa cerca de 70 mil euros... prepara a carteira!
Hisense, o MiniLED RGB e o MicroLED
A Hisense não ficou para trás. Mostraram o primeiro RGB MiniLED de 116 polegadas a chegar ao mercado. Traz brilho de 8000 nits e detalhes de imagem impressionantes.
Mas a marca não se ficou por aí e também tem em exposição um ecrã MicroLED de 163 polegadas. O MicroLED funciona com LEDs minúsculos: três por cada píxel. Isto significa que cada píxel pode ser desligado individualmente ou mostrar uma cor totalmente diferente do vizinho, oferecendo contraste perfeito e um controlo absoluto da cor.
Se estás baralhado com a diferença entre o MiniLED e o MicroLED, aqi fica uma explicação rápida:
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MiniLED - é uma evolução do LCD tradicional. Usa milhares (ou até milhões) de LEDs minúsculos para iluminar o painel por trás. Dá mais brilho, contraste e pretos melhores do que os LCD antigos, mas ainda depende de retroiluminação.
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MicroLED - é outra liga. Aqui, cada píxel é formado por três LEDs microscópicos (vermelho, verde e azul), que podem ser ligados ou desligados individualmente. O resultado é contraste perfeito, cores super fiéis e um efeito muito parecido ao OLED, mas sem o risco de burn-in.
Na prática:
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O MiniLED melhora bastante as TVs “normais” que já conhecemos.
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O MicroLED é o futuro topo de gama - mais caro, mas melhor.
A experiência de ficar em frente a este painel foi incrível. A imagem tem brilho, cor e realismo, com uma vividez que fazia parecer podíamos entrar pelo ecrã dentro.
TCL e a televisão que parece um cinema em casa
O espaço da TCL tinha uma estrela clara: O 115X955 Max, uma TV com 20.000 zonas de luz, QD-Mini LED e som Dolby Atmos integrado.
E aqui vale a pena voltar a explicar a tecnologia. Basicamente, é uma mistura de dois mundos:
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o Mini LED, que garante mais brilho, melhor contraste e maior precisão na retroiluminação,
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e os Quantum Dots (QD), que são nanocristais capazes de reproduzir cores muito mais vivas e precisas.
Traduzindo: É uma versão superior do miniLED. Tens imagens super brilhantes, cores intensas e pretos mais profundos, tudo num painel que consegue manter a qualidade mesmo em salas muito iluminadas.
A TCL tinha ainda em exposição a nova série X11K, com 98 polegadas e colaboração da Bang & Olufsen.
No entanto, o nome confundiu-me. Achei que estava perante uma TV 11K quando na verdade, por muito nítida que fosse a imagem, é 4K UHD.
A Inteligência Artificial está sempre presente
Transversal a todas estas marcas é a integração de inteligência artificial nos seus televisores. Falar por voz para a TV é um dos pontos mais comuns, mas aqui a Samsung volta a ganhar.
As inovações da marca incluem tradução em tempo real de programas de TV em várias línguas (o exemplo que vi traduzia um jogo de futebol para português do Brasil) e o Vision AI Companion: uma assistente que vive dentro da televisão. É possível perguntar-lhe coisas sobre o que estás a ver ou até pedir recomendações de viagem que a IA responde diretamente no ecrã.
Menções honrosas
A Canva TV da Hisense, a resposta à The Frame da Samsung (TVs que parecem quadros na parede) impressionou-me. Mesmo com a cara encostada ao ecrã, parecia que estava a olhar para um quadro. O tom mate da TV ajuda a que se tenha dúvidas se realmente estamos a olhar para um televisor ou uma peça de arte.
A experiência de ver uma TV transparente também me marcou. Parece mesmo uma cena de filme de ficção científica. São aparelhos que têm umas bases ainda grandes, pelo que não estou a ver a transformar-se no standard tão cedo, mas deu-me esperança de um dia termos smartphones 100% transparentes tal como já vímos em inúmeros filmes e séries.
Estas TVs usam MicroLED transparentes. Em vez de um fundo opaco, os LEDs microscópicos ficam alinhados em vidro, criando a sensação de que a imagem flutua no ar. Quando desligada, parece uma folha de vidro; quando ligada, transforma-se numa TV.
Mesmo sendo transparente, é notável como consegue manter o brilho, contraste e definição de imagem muito aceitáveis.
E por fim, a primeira TV a laser enrolável da Hisense com tecnologia Fresnel invisível. É como ter um cinema em casa e depois guardá-lo na caixa. Para quem, como eu, não vê TV regularmente e acaba por usar mais o ecrã do portátil mas não quer abdicar deste aparelho para jogar ou ver u bom filme de vez em quando, esta solução é bastante apelativa.
O artigo do útlimo dia da 4gnews na IFA 2025 vai ficar marcado por inovações de áudio e, com sorte, uma visita à casa modular da Samsung, juntamente com um resumo de todas as novas tecnologias para eletrodomésticos que tenho visto até agora.
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