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DIGI em Portugal: depois do impacto inicial, qual o futuro?

Bruno Coelho
Bruno Coelho
Tempo de leitura: 3 min.

A entrada da DIGI no mercado português de telecomunicações foi, sem dúvida, um fator de mudança. A operadora chegou com uma estratégia agressiva de preços e conseguiu captar a atenção e uma fatia inicial de clientes. Mas agora, a conversa inevitavelmente passa para o próximo nível: quais são os desafios reais que a DIGI enfrenta e que passos estratégicos precisa de dar para se afirmar como mais do que uma alternativa de baixo custo?

Não restam dúvidas que a proposta de valor inicial da DIGI, focada em preços muito competitivos para fibra e móvel, cumpriu o seu objetivo. Foi um movimento necessário e que beneficiou o mercado em termos de dinâmica de preços. A introdução de um serviço de televisão foi também um sinal claro da ambição de competir no lucrativo segmento das ofertas convergentes.

digi

Ainda faltam canais no serviço de TV

Contudo, para consolidar a sua posição e apelar a um espetro mais vasto de consumidores, a DIGI precisa de enfrentar algumas realidades do mercado português. A sua oferta de TV, por exemplo, embora funcional, debate-se com a ausência de canais que são, para muitos, indispensáveis.

Falamos de canais como a CMTV ou o NOW, e os canais desportivos, como o Canal 11 ou os desportivos premium. Sem estes, por mais competitiva que seja a mensalidade, a proposta de TV dificilmente será vista como um substituto completo pelas famílias portuguesas que valorizam esses conteúdos. Certo é que a DIGI estará seguramente a trabalhar na aquisição dos mesmos.

Olhando para a componente tecnológica e de serviço, há outros pontos que merecem atenção em 2025. A ausência de suporte para eSIM é, hoje em dia, uma desvantagem notória. Especialmente para um público mais informado tecnologicamente que valoriza a flexibilidade e a conveniência desta tecnologia.

Rede no metro ainda é uma incógnita

Da mesma forma, a qualidade e a consistência da rede móvel são permanentemente avaliadas pelos utilizadores. O facto de a DIGI ainda não ter acesso a rede nos metros de Lisboa e do Porto pode continua a ser um 'deal breaker' para alguns consumidores. É algo que parece continuar a não ser 'libertado' pelas concorrentes.

São aspetos que impactam diretamente a experiência diária. Mesmo detalhes como a cobrança de SMS para outras redes, embora de baixo impacto financeiro, podem não agradar a utilizadores mais propensos a ainda usar este tipo de tecnologia. Por mais que os mais jovens prefiram outras formas de comunicação.

O que se avizinha para a DIGI

A necessidade de investimento contínuo na rede, tanto na expansão da fibra como na otimização da cobertura móvel, parece inegável para suportar o crescimento e as expectativas de qualidade. A estratégia para a oferta de televisão terá de ser clarificada: é para competir de frente ou cimentar esta oferta mais básica? Parece-me que será a primeira opção. A adoção de tecnologias como o eSIM é também um passo expectável.

A DIGI provou que conseguia entrar e abalar o do mercado português com uma forte aposta no preço. O desafio que se coloca agora, em meados de 2025, é diferente. Trata-se de construir sobre essa base inicial, evoluir a oferta e solidificar a operação. É a fase da maturação.

As decisões estratégicas que forem tomadas nos próximos tempos sobre investimento em rede, conteúdos, tecnologia e novos segmentos de mercado irão definir se a DIGI se estabelece como um quarto operador robusto e completo. Os anúncios na TV já começaram e com isso aumentarão os interessados em aderir ao serviço.

Por aqui, podes ler a minha experiência com o serviço fixo da DIGI ao fim de 3 meses.

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Bruno Coelho
Bruno Coelho
Está na 4gnews desde 2017, onde dá asas à sua paixão por escrever sobre as novidades tecnológicas. Durante esse período já fez mais de 100 reviews e marcou presença em alguns dos grandes eventos tecnológicos, como a Mobile World Congress e IFA.