Faltava ao Cybertruck um aproveitamento ainda mais radical do seu design e das suas características, explorando uma espécie de ‘lado bélico’ que tornou a pickup elétrica da Tesla num objeto de desejo para muitos condutores (especialmente nos EUA).
Pois bem, a empresa de transformação de veículos para forças de segurança Up.Fit, que trabalha essencialmente a partir de modelos originais Tesla, acaba de anunciar o que considera ser “o upgrade decisivo ao Tesla Cybertruck para condições extremas”.
Em conjunto com a Archimedes Defense, a Up.Fit criou três ‘pacotes’ de transformação do Cybertruck, deu-lhes o nome de um cantor famoso – STING – e promete assim veículos de classe militar para três cenários diferentes de utilização.
Para já as soluções STING estão ainda numa fase de projeto, sem qualquer versão real que possa ser experimentada pelo público. No entanto, as imagens CGI apresentadas pelas empresas chamam a atenção.
Carroçarias antibala e proteção antiminas
Os três níveis de proteção que compõe os ‘pacotes’ STING – Baja, Protector e APC - prometem transformações dignas de carros de combate, tendo como objetivo “transformar o Cybertruck de arestas afiadas, desgastado pela areia e potencialmente vulnerável à ferrugem na escolha definitiva para agências governamentais, empresas ligadas à defesa e civis aventureiros" - refere a Up.Fit no seu site, citado pela Popular Science.
Todas as soluções têm como base um conjunto denominado INVINCIBLE com complementos off-road, incluindo um kit de elevação, blindagem inferior e alargadores de guarda-lamas em fibra de carbono. A partir daí, as especificações têm em vista diferentes cenários de utilização:
Sting Baja – Inclui o gerador compacto de 800V - AMP Drive G125-, uma solução que funciona com vários tipos de combustíveis de jactos, permitindo sobrecargas no Cybertruck até 125 kW. Do leque faz ainda parte um cabo de carregamento NACS (North American Charging Standard), com adaptadores para veículos não NACS;
Sting Protector – Inclui uma blindagem externa baseado em placas de aço, que se fixam e removem facilmente, e que o fabricante refere serem capazes de resistir a tiros de armas de assalto de 7,62 mm;
Sting APC - Promete fornecer aos passageiros “proteção aprimorada contra engenhos explosivos improvisados (IEDs) e minas antipessoais, bem como blindagem cerâmica para bloquear ataques de metralhadoras pesadas de 14,5 mm”.
Apesar de terem como público-alvo organizações militares, de ‘law-enforcement’ e entidades ligadas à segurança, a verdade é que a Up.Fit e a Archimedes não deixam de ‘piscar o olho’ aos clientes individuais, embora com a advertência que a posse de um Cybertruck Sting estará sempre dependente das leis em vigor...
Realidade ou apenas ‘vaporware’ militar?
Tesla que é Tesla sem um pouco de polémica não teria tanta graça, sobretudo em relação aos Cybertrucks. E, da mesma forma que a comunidade de ‘fanboys’ e ‘fangirls’ defende com unhas e dentes as suas pickups elétricas, também já começou com os ataques a estas versões militarizadas.
Segundo a Popular Science, no CybertruckOwnersForum são muitas as vozes que colocam em causa não só algumas características das soluções propostas pela UP.FIT, como a própria existência das soluções Sting.
“Como podemos abrir a porta [do Cybertruck] se os painéis bloqueiam o acesso aos botões?” - questiona um utilizador, enquanto outro deixa mesmo no ar se a empresa se irá limitar a publicar “renders cada vez mais idiotas”.
Os atrasos nas respostas e nas entregas são também referidos relativamente à UP.FIT e à sua empresa mãe, a Unplugged Performance.
Um responsável da UP.FIT deu algumas respostas nesse mesmo fórum, referindo que “todos os clientes atuais foram informados sobre os prazos esperados para os seus pedidos", solicitando o contacto direto em caso de dúvidas.
Já os responsáveis da Archimedes mantiveram uma postura pouco transparente, com o vice-presidente sénior de operações de defesa, Jongwon Park, a recusar esclarecer a Popular Science se algum potencial cliente já pagou o depósito não reembolsável de 500 dólares para reservar um dos ‘pacotes’ STING.
A mesma publicação questionou também o presidente da Unplugged Performance, Ben Schaffer, sobre o mesmo tema, mas não obteve uma resposta atempada.