As crianças devem ter smartphones? Eis um debate que já é tudo menos novo. Pelo lado contrário, o que não estamos tão habituados a ver é uma operadora a defender que os mais novos não devem usar este tipo de dispositivos.
A operadora chama-se “EE” e é bastante popular no Reino Unido. O conselho dado pela empresa é que os mais novos, no máximo, como alternativa, utilizem dispositivos que permitam fazer chamadas e pouco mais.
EE recomenda que até aos 11 anos não se use smartphone
“A EE recomenda que crianças menores de 11 anos usem dispositivos não inteligentes com capacidades limitadas, como telemóveis com recursos limitados, garantindo que possam enviar mensagens de texto e fazer chamadas, mas restringindo o acesso a redes sociais ou conteúdo inapropriado” - referiu a EE.
No pior dos cenários, em que uma criança acaba mesmo por usar um smartphone, a EE sugere maneiras de minimizar eventuais danos.
A operadora considera necessário haver “controlo parental habilitado, bem como uma app de partilha familiar, como o Google Family Link ou o Apple Family Sharing, ao mesmo tempo em que restringia o acesso às redes sociais”.
De acordo com o The Guardian, é a primeira vez que se vê uma operadora no Reino Unido a desincentivar este tipo de consumo. Esta tomada de posição não deixa de ser curiosa. Até porque, quanto mais especializados forem os pacotes subscritos, mais as operadoras lucram, previsivelmente.
9 em cada 10 crianças no Reino Unido tem smartphone
Segundo a mesma fonte, em cada 10 crianças, 9 têm um smartphone. Outro dado que pode preocupar muitos pais é o facto de 60% das crianças, entre os 8 e os 12, terem um perfil nas redes sociais.
Recorde-se que, para ter Instagram ou TikTok, por exemplo, a idade mínima é de 13 anos. Num estudo feito pela Ofcom, agência reguladora de telecomunicações, foi possível apurar que 3 em cada 5 adolescentes já confessou ter sido abordado de forma que os “fez sentir desconfortáveis”.
Smartphones só para maiores de 16?
Face aos constantes relatos sobre saúde mental, infância e smartphones, tem-se falado numa revisão das leis. Tal como refere o The Guardian, os parlamentares do comité de educação pediram ao governo uma proibição de smartphones a menores de 16.
Para além disso, chegou a ser proposta uma proibição de uso de smartphones em contexto escolar. No entender de Robin Walker, presidente do comité na altura, o uso em demasia do smartphone criou um “claro impacto negativo” nos mais novos.
