Durante a CES deste ano, realizada em janeiro, marcas como LG e Samsung surpreenderam o público ao apresentarem suas TVs transparentes. Com imagens que parecem flutuar, as TVs prometem, por exemplo, videoconferências mais envolventes, além de serem um belo item que mistura-se à decoração do ambiente. Mas como essa tecnologia funciona? Como tornar uma TV transparente e passar imagens ao mesmo tempo?
Mistério das TVs transparentes desvendado
Para desvendar o funcionamento das TVs transparentes, a página CNET conversou com Jacky Qiu da OTI Lumionics, que trabalha nesses monitores há anos, mais recentemente com a LG. Segundo o profissional, TVs transparentes são notavelmente semelhantes às não transparente, sendo mais uma evolução do que uma revolução.
As TVs OLED, por exemplo, conseguem os pixels necessários para gerar imagens a partir de uma pilha de elementos orgânicos que emitem luz quando alimentados com eletricidade. Com o MicroLED, é uma pilha semelhante, mas de um material diferente. Para levar eletricidade aos pixels e o processador da TV poder determinar quais pixels e subpixels (cada pixel possui 3 ou 4) vai acender para criar as imagens, essas TVs contam com fios.
Mas se nem os pixels nem os fios são transparentes, que magia está a ser utilizada nas novas TVs? O primeiro passo foi deixar os pixels mais brilhantes, para que a parte emissora de luz do pixel pudesse ser menor. Para os fios, as marcas apostam em materiais como o óxido de índio e estanho (também utilizado em ecrãs sensíveis ao toque), que permitem que a corrente flua enquanto é essencialmente transparente.
Assim, com os fios praticamente fora de vista e diminuindo as porções emissoras de luz dos pixels, o espaço ao redor dos pixels está agora disponível para permitir a passagem da luz e "ser transparente". A verdade é que as TVs transparentes não são totalmente transparentes. Os painéis são uma malha muito fina.
Para uma melhor compreensão, o CNET comparou o ecrã a uma porta de tela. De longe, a tela parece transparente, mas será possível ver os seus fios de perto. A TV transparente é similar, mas o "ver de perto" no seu caso, para visualizar os pixels, precisaria ser com um microscópio. O facto é que o novo modelo tem pixels menores e mais brilhantes com espaços maiores entre eles para passar a sensação de transparência.
O passo final seria uma forma de transformar a TV transparente em não transparente quando estivesse ligada. E talvez esta tenha sido uma das partes mais difíceis, porque nenhuma TV pode “criar” o preto, conforme Qiu explicou. Para isso, as marcas precisaram achar "saídas". O protótipo da LG na CES, por exemplo, tinha um antirrefletor retrátil que converte a TV transparente em uma TV normal ao enrolar uma tela preta atrás dela.