O sistema solar é recheado de encantos, mas também de incógnitas. Mesmo assim, há boas notícias, isto porque os cientistas parecem estar bem mais perto de desvendar um grande mistério relacionado com o Sol.
Antes de ir ao busílis da questão, comecemos pela base. Como refere a CNN, o Sol tem um grande campo magnético, que é capaz de criar manchas solares na sua superfície.
O "mistério" já dura há muitas décadas
Isso faz com que aconteçam tempestades solares, que dão origem a auroras boreais, tal como se tem visto ultimamente. A questão que sempre perdura é: afinal, como é que se gera esse campo magnético dentro do Sol?
É precisamente aí que reside a dúvida dos estudiosos. O mais curioso é que essa “dor de cabeça” não é de agora: já vem acontecendo há séculos. Tanto assim é que, em 1600, Galileu já ia tentando fazer descobertas sobre o assunto.
Posto isto, a nova investigação publicada na revista Nature dá uma possibilidade muito interessante. Antes, pensava-se que o campo magnético do Sol estava nas profundezas. O novo estudo acredita que pode estar bem perto da superfície.
“Este trabalho propõe uma nova hipótese sobre como o campo magnético do Sol é gerado, que melhor corresponda às observações solares e, esperamos, possa ser usada para fazer melhores previsões da atividade solar” - refere Daniel Lecoanet, professor da Northwestern University (via CNN).
No seu entender, um dos grandes objetivos é conseguir prever se o próximo ciclo solar será fraco ou forte. Como o próprio realça, nenhum dos modelos de estudo anteriores conseguiram cumprir esse mesmo objetivo.
Porque é que as manchas solares são importantes?
Para os mais leigos, pode surgir uma questão: qual a importância destas manchas solares? De acordo com a mesma fonte, estas são muito importantes para os cientistas perceberem a atividade do Sol.
Na prática, esse conhecimento ajuda a perceber certas explosões de energia para o espaço. Nas palavras de Lecoanet, “como pensamos que o número de manchas solares acompanha a força do campo magnético dentro do Sol, pensamos que o ciclo de manchas solares de 11 anos reflete um ciclo na força do campo magnético interior do Sol”.
Acerca desta nova técnica de estudar o Sol, a inovação dos estudiosos consistiu em criar um fenómeno de oscilação torcional. Este baseia-se em fluxos de gás e plasma dentro e à volta do Sol que fazem com que se formem manchas solares.
Como explicam os cientistas, os resultados foram bem positivos. Isto na medida em que permitiram compreender a forma dos materiais se mexerem dentro do Sol.
Os cientistas calculam que o campo magnético pode estar cerca de 7 vezes mais perto do que se acreditava
O passo seguinte foi fazer cálculos de supercomputação. Estes consistem em equações com o objetivo de entender como o campo magnético muda dentro do Sol face aos movimentos que vão sendo verificados.
O avanço em questão não tem precedentes. Tanto assim é que o próprio responsável pelo estudo assegura que ninguém o tinha feito antes. Na prática, a grande conclusão é que o campo magnético pode ser gerado bem mais perto do que se imagina.
Para os cientistas, este pode ser gerado a 32 100 quilómetros abaixo da superfície. Recorde-se que, antes, acreditava-se que a distância era de cerca de 209 200 quilómetros.