Caso alguém escreva a palavra 'Leica' numa rede social na China, não irá conseguir terminar a sua publicação. A palavra da marca foi banida devido a um vídeo controverso entretanto já removido.
Esse vídeo promocional foi produzido e editado por uma agência de anúncios no Brasil. O vídeo celebrava os jornalistas e o seu trabalho filmado com câmaras Leica.
A questão é que o vídeo recebeu críticas pesadas quando mostrou filmagens dos protestos de Tiananmen Square em 1989. Utilizadores da rede social Weiibo foram banidos de utilizar Leica nas publicações.
Tiananmen Square é um tópico proibido na China
Em 1989, vários estudantes e trabalhadores reuniram-se em manifestações a protestar contra o Estado da China. Os cidadãos exigiram reformas democráticas de forma a libertar o país das garras do comunismo.
O governo chinês enviou então o exército para terminar o protesto. Infelizmente, não foi de forma pacífica pois milhares de pessoas morreram ou foram feridas pelas tropas chinesas.
É impossível mencionar este evento sem mencionar a icónica imagem de um homem desconhecido com sacos de compras colocar-se no caminho dos tanques. Esta fotografia tornou-se um símbolo mediático de resistência e coragem.
A Leica não reconhece o vídeo como oficial
Embora o vídeo não faça referências diretas ao protesto e apenas utilize as filmagens como marco histórico, foi removido entretanto. A Leica afirmou que o vídeo nunca foi autorizado pela empresa, apesar do seu logotipo existir no final do mesmo.
Um porta-voz da Leica tentou colocar alguma 'água na fervura' dizendo que a empresa deve distanciar-se do conteúdo mostrado no vídeo e que se lamenta quaisquer mal-entendidos ou falsas conclusões que possam ter sido feitas.
Antes de ser removido, o vídeo foi altamente criticado na rede social Weiibo por cidadãos chineses. Um comentário perguntou se a Leica sequer merece colaborar com a Huawei, depois desta situação.
Como sabemos perfeitamente, a Huawei e a Leica mantém uma parceria nas câmaras dos smartphones topos de gama há alguns anos. Outros utilizadores sugeriram ainda que isto pode ferir a relação entre as duas empresas.
Contudo, houve quem aplaudisse a publicidade. Um dos líderes das manifestações de 1989, Zhou Fengsuo, afirmou que as filmagens foram importantes para a história do país. Fengsuo está na lista dos mais procurados do país.
Em conclusão, isto só demonstra como a internet é abordada de forma diferente na China. Faz-nos pensar e valorizar a liberdade que temos no Ocidente em pesquisar livremente em busca de informação.
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