No mundo dos carros elétricos, muito se tem falado sobre baterias em estado sólido. Espera-se que estas permitam atingir autonomias muito mais elevadas e já vamos ouvindo marcas como a Toyota, a Xiaomi, a Huawei (e não só) a apostar nesta tecnologia.
Algumas marcas chegaram a apontar 2026 como uma data possível para iniciar a produção em massa. Ora, parece que teremos de esperar mais um bocadinho e quem o sugere é um cientista do Centro de Pesquisa em Tecnologia Automóvel da China.
Quais os grandes desafios das baterias em estado sólido?
Durante o Fórum Automóvel da China em 2025, Wang Fang falou sobre o assunto. Na sua perspetiva, há pelo menos quatro problemas/desafios associados a esta tecnologia (via Car News China). São eles:
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Canais de condução iónica pouco claros
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Processos de produção complexos
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Controlos de segurança inadequados
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Desafios de fabricar em alto volume
Na prática, tudo questões que podem complicar a sua produção massiva num prazo tão curto como algumas marcas vão sugerindo. O especialista na matéria foi ainda mais longe e refletiu acerca da segurança deste tipo de baterias.
“Embora as baterias de estado sólido tenham limites de segurança mais amplos do que as baterias líquidas, uma vez que esses limites são violados, as consequências podem ser mais graves do que com as baterias líquidas” - disse Wang Fang.
Por causa dessa preocupação com a segurança, algumas marcas têm apostado em testes bastante rigorosos. O problema é que ainda não foram realizados testes suficientes em condições reais para confirmar a segurança evidenciada em testes de laboratório.
Os custos elevados das baterias de estado sólido
Também foi realizada uma pesquisa por parte da consultora Batter Intelligence. Esta dá conta que o custo unitário das baterias em estado sólido pode rondar os 143 euros por kWh. É perto do triplo do que é verificado em baterias de lítio convencionais.
Logo por aí, é fácil de prever que os primeiros veículos com bateria sólida possam ser mais dispendiosos do que estávamos habituados. Tendo tudo isso em conta, a imprensa chinesa vai especulando que estas baterias possam começar a ser usadas, de forma generalizada, daqui a cerca de 5 anos.