Ao que tudo indica, a União Europeia (UE) vai mesmo aplicar novas taxas de importação sobre os carros elétricos da China. A proposta foi votada esta sexta-feira, dia 4 de outubro, ainda que os resultados não sejam públicos, nesta fase.
Portugal absteve-se na votação da medida
De qualquer maneira, a Euronews avançou que Portugal, juntamente com mais 11 estados-membro, foi um dos países que se absteve na votação. Sabe-se, ainda, que houve 5 países a serem contra esta medida: a Alemanha foi um deles.
Sobre o assunto, a Comissão Europeia (CE) divulgou um comunicado há algumas horas, onde confirmou que a proposta “obteve hoje o apoio necessário dos Estados-Membros da UE para a adoção de direitos aduaneiros”.
A CE aproveitou ainda para acrescentar que “este facto representa mais um passo no sentido da conclusão do inquérito antissubvenções da Comissão”.
O que vai mudar, ao certo?
De acordo com o jornal ECO, em função desta nova lei, países como Portugal terão de adotar as novas taxas de importação de carros elétricos da China, já a partir de novembro. Na prática, isto quer dizer que algumas marcas chinesas terão de fazer frente a um imposto de 45%, quando quiserem introduzir os seus carros na Europa.
Recorde-se que, atualmente, estava em vigor uma taxa de 10%. Aparentemente, quem mais irá “sofrer” com este aumento é a SAIC Motor Corporation. Trata-se de uma das maiores produtoras de automóveis na China. Quem não colaborou na investigação também terá de lidar com taxas superiores.
Tomando como exemplo a BYD, uma marca de carros chinesa que tem feito furor não só em Portugal como no resto da Europa, esta fica agora sujeita a um imposto adicional de 17%.
Importa ainda realçar que os carros da Tesla que são produzidos na China, também eles, serão alvos destas novas tarifas da UE. No entanto, ficam mais “aliviados” com uma taxa a rondar os 7,8%.
O que dizem os países da Europa que votaram contra?
Como justificação para votar contra, há países europeus que evocam o receio de uma eventual guerra económica com a China. Foi precisamente esse o caso da Alemanha, por intermédio do chanceler Olaf Scholz.
Quem esteve do lado da Alemanha, mas, depois, voltou com a palavra atrás, foi a Espanha. Segundo o ECO, os espanhóis tomaram a mesma posição que Portugal, ao absterem-se da votação.
Perante este aumento de tarifas, resta esperar para ver se (e quando) é que a China irá retaliar. Nas palavras de Eric Mamer, porta-voz da CE, ambas as partes “continuam a trabalhar arduamente para explorar uma solução alternativa totalmente compatível com a Organização Mundial do Comércio”.