O volátil mercado das criptomoedas tem passado por uma fase menos positiva face ao primeiro trimestre de 2021. Contudo, nestas últimas 24 horas o preço da criptomoeda mais popular do mundo, a Bitcoin atingiu mínimos históricos desde o início do ano.
Esta ativo digital ficaria abaixo dos 30 000 dólares, ou 25 000 euros, atingindo não só o mínimo mensal, mas arrastando também os demais criptoativos. O mercado encontra-se em baixa de 3,55% à data de redação deste artigo segundo as métricas da Coinbase.
As criptomoedas voltam a cair após desvalorização da Bitcoin
Já de acordo com o portal CoinMarketCap, mais de 90 mil milhões de dólares ou 76,3 mil milhões de euros em criptomoedas foram perdidos durante as últimas 24 horas. A culpa? A desvalorização da Bitcoin em mais de 6% que se alastrou às demais moedas.
Com efeito, a Ethereum viria a cair cerca de 9% no último dia, ao passo que a Ripple (XRP) cairia perto de 11%. Este mesmo comportamento foi registado nas demais criptomoedas como é o caso da Cardano (ADA), Dogecoin (DOGE), entre outras.
A forte quebra sentida nas criptomoedas deu-se após uma grande venda nos mercados de ações globais durante a última segunda-feira (19).
Aí, o Dow Jones Industrial Average atingiu a sua pior cifra desde outubro de 2020. Como resultado, os analistas do mercado de ativos de alto risco sinalizaram a venda em todas as plataformas de grandes quantidades de criptomoedas, fazendo baixar o seu valor.
A China continua a combater a mineração de Bitcoin
A restrição à mineração de Bitcoin e outras criptomoedas imposta pela China também tiveram um impacto muito significativo na baixa de preço destes ativos. Com efeito, vimos recentemente um reforço das restrições impostas pelo governo central às principais regiões que mineravam este tipo de moedas na China.
Aliás, muitas das instalações foram obrigadas a cessar imediatamente atividade, procedendo-se ao desmantelamento de várias operações. Em alguns casos o material de mineração, as plataformas ou rigs de gráficas chegaram mesmo a ser destruídas.
Em síntese, não só a mineração mas também a transação de criptoativos foi fortemente combatida na China. Estas medidas têm por base as preocupações com o impacto ambiental provocado pelo alto consumo energético exigido pelas estações de mineração, entre outras razões elencadas pelo PCC.
Além disso, o Banco Central da China também avisou as empresas do setor financeiro do bloqueio a este tipo de atividades. Isto para que as empresas do setor não disponibilizassem este tipo de ativos digitais aos seus clientes e investidores.
As restrições à Bitcoin e criptomoedas vão além da China
Importa ainda frisar que estas restrições não são um fenómeno exclusivo da China. Com efeito, vimos a Índia, Tailândia, Japão, Canadá, Reino Unido e outras nações a forçar a aplicação de regulamentações mais pesadas.
Ainda que pela natureza intrínseca destes ativos uma regulamentação propriamente dita seja difícil, se não impossível, são cada vez mais os governos que vêm de forma antagónica a Bitcoin e suas derivadas. Como tal, perante uma incapacidade de regular estes mercados financeiros, temos assistido a uma crescente tendência que advoga o seu combate, o término das suas operações.
Face ao exposto, são já vários os analistas de mercado como é o caso de Vijay Ayyar, responsável máximo pela exchange Luno que tece previsões pessimistas. Para Ayyar a Bitcoin deve voltar a cair severamente, atingindo os 22 000 dólares a 24 000 dólares, o equivalente a 18 / 19 000 euros a 20 000 euros à atual taxa de conversão.
Não se prevê, assim, um crescimento razoável no futuro próximo para o mercado das criptomoedas. A Bitcoin e demais criptoativos voltarão a crescer, mas não nos próximos meses. Esta é a convicção de Clem Chambers, CEO da ADVFN, dada a conhecer em entrevista à Stansberry Research.
Recordamos, por fim, que a 1 de janeiro de 2021 a Bitcoin oscilava nos 24 000 €. À data de redação deste artigo encontra-se nos 25 388 €, tendo superado os 52 000 € em meados de abril.
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