O mercado das consolas portáteis parece novamente em ascensão, com várias marcas a fazer a sua aposta neste nicho do segmento gaming. A mais recente chega-nos a partir da marca gaming da Asus, a Republic of Gamers, com a consola ROG Ally.
Ao longo da última semana tive oportunidade de testar uma versão de testes (passe a redundância) desta consola. Neste artigo conto-te a minha opinião sobre a mesma em vários aspetos, e tento perceber para quem poderá ser atrativo este produto.
Unboxing da ROG Ally
O unboxing da ROG Ally é bastante simples. A caixa ‘grita’ que se trata de um produto gaming, mas no interior encontramos apenas o essencial para termos uma experiência satisfatória com o produto.
Além da consola pronta a utilizar, temos um carregador com saída USB-C, que carrega a consola a um máximo de 65 W. Ademais, podes também encontrar um manual de instruções simples, que te ajudará nos primeiros passos de configuração, se achares necessário.
Principais especificações da ROG Ally
- Sistema operativo: Windows 11
- Processador AMD Ryzen Z1 Extreme
- GPU: 12 CUs RDNA3 até 2.7 GHz e 8.6 TFlops
- Potência do APU: 9-30 W
- Ecrã IPS de 7 polegadas, Full HD, 120 Hz, 500 nits
- 16 GB de RAM LPDDR5
- SSD PCIe 4.0 NVMe de 512 GB
- Entrada para jack 3.5 mm
- Interface ROG XG Mobile
- Porta combinada USB Type-C (com USB 3.2 Gen2, suporte DisplayPort 1.4)
- Leitor de cartões microSD
- Microfone Array incorporado
- 2 altifalantes com tecnologia Smart Amplifier
- Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.2
- Bateria: 40Wh com carregamento de 65 WP
- Peso: 608 gramas
- Dimensões: 28.0 x 11.1 x 2.12 ~ 3.24 cm
- Sensor de impressões digitais no botão de ligar/desligar
A minha opinião sobre a ROG Ally
Design, construção e conforto
A ROG Ally tem um design que está em consonância com aquilo que nos lembramos dos smartphones da marca, e que ao mesmo tempo segue as tendências deste tipo de produtos. O grande diferencial são os seus joysticks com iluminação RGB.
Na parte frontal temos um extenso ecrã Full HD capaz de nos entregar desempenho até 120 Hz e com suporte para FreeSync Premium. É um ecrã com um máximo de 500 nits, suficiente para a jogatina diária. Achei que iria sentir falta de um OLED, mas este painel conquistou-me.
A acompanhar este ecrã temos botões A/B/X/Y, analógicos em posição cruzada e um D Pad. Temos ainda gatilhos à direita e à esquerda que são simplesmente incríveis ao toque. Na traseira a marca colocou dois botões personalizáveis. Adicionalmente temos os botões de centro de comando e visualização à esquerda do ecrã, e botão de Armoury Crate e de Menu à direita. Senti apenas falta de touchpads, como na SteamDeck
Além dos botões de qualidade, outro ponto muito importante que adorei nesta consola foi o conforto. Usei uma Switch durante muito tempo, e a ROG Ally é muito mais confortável. A curvatura onde assentam as tuas mãos faz toda a diferença. Embora tenha 608 gramas, não sentes esse peso mesmo com sessões prolongadas de gaming.
A escolha da cor branca para a consola faz com esta possa ser perecível de apanhar sujidade. Mas durante o meu tempo de utilização, esta manteve-se tão impecável quanto podes ver nas fotos. E sempre com grande robustez.
Ecrã e áudio
Como já te disse acima, o ecrã de 7 polegadas é um painel com brilho e qualidade suficiente para qualquer jogo. Tem proteção Gorilla Glass Victus, e um tempo de resposta de 7 milissegundos. Suporta Dolby Vision HDR, AMD FreeSync Premium e o ecrã tem multi-toque de 10 pontos
O resultado é um painel com uma boa reprodução de cores, e onde consigo jogar muitos jogos com a resolução máxima. Para o dispositivo que é, este tamanho de painel parece-me ser perfeito. Mas se tiveres um monitor ou televisão à mão, os teus jogos passam a poder ser jogados num ecrã maior.
O áudio desta consola também é simplesmente incrível, se tivermos em conta o seu tamanho. Temos acesso um sistema de altifalantes, que ajuda a fornecer grande imersão durante os jogos. Além de Bluetooth, também podes ligar os teus auriculares via jack 3,5 mm.
Desempenho
A versão que testei tem um processador AMD Ryzen Z1 Extreme, 8 núcleos Zen 4 e 16 threads. Mas a marca refere no seu comunicado que irá lançar uma versão com o AMD Ryzen Z1 no terceiro trimestre do ano.
Jogos como Cyberpunk 2077 ou GTA V terão idealmente de ser jogados em Full HD com as definições em “low” nesta consola. O que acaba por não ser o que muitos desejam, mas que proporciona uma experiência que não nos defrauda se tivermos em conta o tamanho.
O mesmo não se pode dizer do Forza Horizon 5, que tive oportunidade de testar nesta máquina. Este jogo pode ser jogado com os gráficos no máximo, para uma experiência que é um verdadeiro prazer para quem gosta de jogos de corridas.
O meu adorado Fall Guys é um jogo mais leve, e corre que nem manteiga nesta ROG Ally. E posso dizer-te que passei algumas horas a jogá-lo neste formato portátil onde assenta que nem uma luva. O mesmo se pode dizer se pretenderes jogar FIFA 23 ou FM 2023.
E há que falar de emulação, claro. Com Windows, abre-se a porta plataformas de emulação das mais variadas consolas antigas, que facilmente instalas nesta consola. É o Windows, mesmo com os seus defeitos, a fazer a sua magia.
Considerações sobre a ROG Ally
Esta chega equipada com Windows, o que significa que a podes usar como computador normal ligando a monitor, rato e teclado. Esse mesmo Windows abre também porta a suporte total para Steam, EA App, Game Pass PC, Epic Games Store, GOG ou Xbox Game Pass Ultimate. Aliás, na compra da consola tens acesso a 3 meses gratuitos nesta plataforma de cloud gaming da Microsoft.
Esse mesmo cloud gaming é também um dos pontos chamativos desta consola. Porque se esta correr determinados jogos em definições mais baixas, ao usar cloud gaming, estes funcionam que nem manteiga em definições mais elevadas. O mesmo se passa com a emulação de jogos mais antigos.
Se recorrermos à Gaming Charger Dock, esta pode ser ligada à televisão e torna-se perfeita para jogos cooperativos enquanto carrega. Afinal quem não quer jogar um FIFA com os amigos na sexta-feira à noite com a sua nova consola? É só ligar uns comandos por Bluetooth e começar o vício.
Se fores um gamer hardcore, o desempenho pode ser ainda superior com a adição de uma placa gráfica externa XG Mobile. Ao ligares uma NVIDIA GeForce RTX 4090 passas a poder jogar jogos AAA a 4K com Ray Tracing e DLSS 3. Outro nível.
Embora possas jogar títulos de várias plataformas, o ideal é usares o Armony Crate como o centro da experiência gaming. E ali que podes reunir todos os teus títulos, e alterar as definições consoante o jogo.
Perante uma máquina que corre os jogos que a ROG Ally corre, a bateria é sempre uma preocupação. Se a vais usar para jogar títulos mais pesados, deves ter em conta que o modo Turbo providencia uma autonomia fora da tomada em torno das duas horas.
Se fizeres uma gestão adequada de energia e desempenho, podes conseguir uma autonomia superior. Este é um campo onde também julgo que a consola consiga melhorar com o tempo com atualizações. E sim, temos aqui uma ventoinha, mas esta é tudo menos um problema em termos de ruído.
Conclusão sobre a ROG Ally
A ROG Ally não pretende substituir a tua torre ou o teu portátil gaming XPTO. Esta pretende ser uma solução portátil para quem quer jogar títulos Windows on-the-go, sejas um jogador mais ou menos exigente.
Sim, a ROG Ally consegue correr quase tudo o que lhe atirares para cima. Mas muitas vezes será nas definições mais baixas. Mas para jogar o meu adorado Fall Guys ou um FIFA nunca senti que perdesse no desempenho. O mesmo se aplica ao Forza Horizon 5.
Achei os botões de boa qualidade, e é das consolas portáteis mais confortáveis que já usei. O sensor de impressões digitais é bem conveniente, e a possibilidade de a ligarmos a um monitor ou a uma placa gráfica é um extra de qualidade.
No modo turbo, como o próprio nome indica, a nossa bateria simplesmente voa ficando perto das duas horas. Mas claro, em jogos mais leves esta será superior. Senti falta de um touchpad por baixo dos analógicos, como temos na SteamDeck. Mas em desempenho, a SteamDeck fica a roer-se de inveja desta ROG Ally. E isso é uma vitória para a Asus.
O preço desta ROG Ally é de 799,99 € em Portugal, e a consola já está disponível para encomenda, chegando-te às mãos a partir de 13 de junho.
Pontos fortes da ROG Ally
- Ecrã com boas cores, definição e com tamanho ideal para o formato
- Botões e gatilhos de grande qualidade e sensor de impressões digitais
- Sistema operativo Windows fornece versatilidade nas plataformas de jogos disponíveis
- Possibilidade de ligar uma placa gráfica por cabo ou de ligar a um monitor
- Botões configuráveis na traseira
Pontos a melhorar da ROG Ally
- A bateria simplesmente voa no modo Turbo
- Sente-se falta de um touchpad como na Steamdeck
Agradecemos à Asus Portugal a disponibilização da ROG Ally para teste antes do seu lançamento.
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