A Apple voltou a estar na mira dos fabricantes que disponibilizam as suas Apps na App Store mas, desta vez, as acusações são mais graves e têm conotações políticas.
No final da semana passada, o gigante de Cupertino removeu da sua App Store na Rússia um conjunto de aplicações VPN, no seguimento de um pedido da Roskomnadzor, a agência estatal responsável pela monitorização e controlo dos média russos.
A medida abrange as Apps de 25 providers de serviços de VPN, incluindo a ProtonVPN, Red Shield VPN, NordVPN e Le VPN.
Controlar os média e manter a receitas
Uma das primeiras reações a esta medida chegou da Red Shield, através de um comunicado publicado no seu site:
“Estas ações da Apple, motivadas pelo desejo de manter as receitas provenientes do mercado russo, apoiam ativamente um regime autoritário. Isto não é apenas irresponsável, como é também um crime contra a sociedade civil.”
Também a Le VPN informou que a remoção foi realizada ao abrigo de uma Lei federal russa, relativa a “Informação, Tecnologias de Informação e Proteção de Informação”, embora tenha sido retirada da App Store antes de receber o aviso oficial da Roskomnadzor.
“Este evento marca um passo significativo nos esforços contínuos da Roskomnadzor para controlar o acesso e os conteúdos da Internet em território russo”, refere o comunicado da empresa.
Estratégia de controlo com sete anos
De acordo com informações da agência Reuters, a procura por serviços de VPN disparou na Rússia após a invasão à Ucrânia, em 2022. Nessa altura, o governo russo bloqueou o acesso às principais redes sociais – Instagram, Facebook e X – e a muitos meios de comunicação russos.
Cinco anos antes, já a Rússia tinha aprovado uma lei que obrigava os providers de serviços de VPN a registar-se na Roskomnadzor e a bloquear os sites banidos pelo governo.
A Apple ainda não reagiu oficialmente a este caso.