Como a 4gnews chegou a noticiar, parece que, depois de tanta antecipação, o projeto de carro elétrico da Apple caiu mesmo por terra. Um dos grandes problemas associados é que, tal como refere a Bloomberg, a notícia surpreendeu os cerca de 2.000 trabalhadores do projeto. A nova indicação dada pelo diretor de operações da Apple, Jeff Williams, é que os funcionários serão transferidos para um departamento especializado em Inteligência Artificial (IA).
Segundo a Bloomberg, a Apple deverá despedir funcionários
Ainda que muitos funcionários vão ser reintegrados, especula-se que haverá despedimentos dentro da Apple. A Bloomberg refere que este é um cenário bem possível, embora não se saibam números ao certo.
Recorde-se que, neste período, a Apple fez um forte investimento no desenvolvimento do carro. Foram milhares de milhões de euros, que, aparentemente, não se irão traduzir no primeiro carro da marca.
Durante o desenvolvimento do carro Apple, saíram da equipa elementos cruciais
Durante o processo, foram saindo elementos essenciais. Um deles foi Doug Field, que chegou à Apple, depois de liderar o desenvolvimento do Tesla Model 3. O problema é que, em 2021, Field acabou por trocar a Apple pela Ford, onde é, atualmente, executivo sénior.
Antes do anúncio oficial, chegou-se a pensar que o carro da Apple seria adiado para 2028. Achava-se, também, que este não teria condução 100% autónoma (nível 4), ficando-se apenas pelo nível 2 (padrão da atualidade).
Em termos de valores, estimava-se que o veículo rondasse os 92.500€. No entanto, a margem de lucro, mesmo assim, era uma preocupação. Isso, associado ao grande gasto anual no projeto, fez com que a administração da Apple ficasse hesitante em relação à distribuição do carro.
No setor automóvel, são precisas parcerias, que a Apple não estabeleceu
Na base do projeto da Apple, estaria o objetivo de rivalizar com a Tesla. Para além da criação de um carro próprio, a marca tem outros projetos dentro do setor automóvel. Um deles é o software de infoentretenimento CarPlay. Segundo a Apple, está instalado em 80% dos veículos novos.
Outra razão que se atribui ao não-avanço do projeto tem a ver com parcerias. De acordo com K. Venkatesh Prasad, diretor de inovação do Center for Automotive Research, todas as empresas, para vingarem no setor automóvel, precisam de parcerias. Não foi esse o caso da Apple, que ainda esteve em negociações com a Hyundai.
Os últimos tempos têm mostrado interesse de marcas que associamos a telemóveis quererem conceber carros elétricos. O exemplo mais recente é a Xiaomi, com o SU7, que deu que falar na Mobile World Congress, esta semana.
Para os fãs da Apple, infelizmente ainda não será para já um veículo elétrico da marca. No entanto, para Prasad, nem tudo está perdido. Antes pelo contrário, “este não é o fim, este é apenas o começo do jogo” (via Wired). De qualquer forma, uma consequência negativa é que os próximos tempos esperam-se de alguma instabilidade para os trabalhadores da Apple. Como referido anteriormente, é de esperar que haja lugar a despedimentos.