As alegações esdrúxulas foram divulgadas durante uma apresentação dirigida ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América inserida no processo judicial anti-monopolista que coloca a Google no banco dos réus. A Apple não se conteve ao classificar o sistema Android como uma gigante máquina de rastreamento dos dados, métricas e indicadores dos respetivos utilizadores.
Importa frisar que esta apresentação, exibida em sede de audiência judicial, foi criada pela Apple em 2013 meramente para apresentação interna.
Porém, chega agora ao domínio público após a sua exibição na sala do tribunal norte-americano. De modo sucinto, a apresentação enxovalha as políticas de privacidade da Google à época, portanto há mais de dez anos.
Classificação interna pela Apple data já de 2013
Datada de janeiro de 2013, esta apresentação foi agora divulgada pelo Departamento de Justiça dos EUA. De particular interesse, pela gravidade do tom empregue, é o diapositivo que classifica o Android como um dispositivo de rastreamento massivo.
Segundo se apurou em sede judicial, a apresentação foi enviada pelo executivo Eddy Cue, da Apple, para o CEO da empresa, Tim Cook, no início de 2013 a explicar e contextualizar a posição concorrencial entre a Apple e a Google.
Esta mesma apresentação mostra-nos também qual era então a abordagem da Apple à privacidade dos seus utilizadores, explicando o porquê de esta ser melhor que a posição da Google. Segundo a gigante de Cupertino, no universo Apple são colhidos dados através de vários serviços apenas quando tal cria uma melhor experiência para o utilizador.
Privacidade do utilizador no universo Apple vs Google
Por outro lado, a Google estaria a colher informações e métricas através de todas as suas plataformas e serviços para os mais diversos fins. Exemplo de tal prática seria a Pesquisa por voz ligada a uma conta de utilizador Google, face à política de privacidade das pesquisas por voz com a Siri da Apple.
Importa ainda frisar que esta apresentação integrou as declarações de Eddy Cue, executivo sénior da Apple, aquando da sua audição em setembro último no caso em apreço.
Google é acusada de monopólio de mercado nos EUA
Recordamos que o Departamento de Justiça dos EUA acusa atualmente a Google de monopolizar o mercado dos motores de busca ao deturpar a concorrência no setor. Muito sucintamente, a Google estará a pagar consistentemente grandes quantias às mais variadas empresas para que os seus dispositivos continuem a usar o seu motor de busca por predefinição.
Aliás, a Google estará a pagar entre 18 a 20 mil milhões de dólares anualmente à Apple para se manter como principal fornecedora de pesquisa à gigante de Cupertino. Como tal, com o intuito de apurar a verdade material, este executivo da Apple seria chamado à barra do tribunal.
Quer isto dizer que a Apple é o exemplo a seguir neste campo? Não necessariamente. Segundo um email interno da Google, datado de 2016 e versando sobre as negociações entre a Apple e Google, ficou evidente a forma como a Apple queria tornar recíproca a troca de dados com a Google.
Nesse mesmo email, o executivo da Google refere já ter comunicado à Apple que a sua empresa não partilha informações internas dos utilizadores, mais concretamente sobre o que estes escolhem e clicam na Pesquisa Google.
Todavia, a resposta a essa missiva onde se debate uma troca recíproca de dados, apresenta várias informações omitidas, vindo levantar novas questões sobre a ética empresarial.
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