Ameaça invisível: uso de Inteligência Artificial está a aumentar em campanhas de desinformação

Mónica Marques
Mónica Marques
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A empresa Mandiant, propriedade da Google, veio alertar para o aumento do uso da Inteligência Artificial em campanhas de desinformação online.

A empresa relata vários casos desde 2019, mas considera que a utilização desta tecnologia em outro tipo de invasão digital é ainda limitada.

Situação não é preocupante, mas pode agravar-se com o tempo

imagem ilusiva à tecnologia de Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial tem sido usada em campanhas de desinformação desde 2019 Crédito@GerdAltmann/Pixabay

A Mandiant, uma empresa da Google, revelou recentemente que o uso de Inteligência Artificial em campanhas de desinformação está a aumentar. De acordo com a empresa, a tecnologia tem vindo a ser utilizada nas plataformas digitais, nos últimos anos, para conduzir campanhas manipuladoras, sobretudo de motivação política.

No entanto, para já, o uso desta tecnologia tem sido limitado a este tipo de campanhas, não sendo utilizado para invasões digitais de outro tipo. Mas com o tempo, a situação poderá agravar-se.

Os investigadores da Mandiant encontraram vários casos em que a Inteligência Artificial foi usada para “fabricar” conteúdos como fotos de perfil e textos. De acordo com a mesma fonte, alguns destes casos remontam a 2019.

Com estas descobertas, a Mandiant veio a público alertar para os perigos da utilização de modelos baseados em Inteligência Artificial por cibercriminosos.

Segundo a empresa da Google, a Inteligência Artificial generativa permite que grupos com recursos limitados façam conteúdo de maior qualidade que, depois, podem ser usados em campanhas manipuladoras, numa maior escala.

A empresa dá o exemplo concreto da campanha Dragonbridge que conseguiu expandir-se, exponencialmente, em 30 plataformas sociais e em 10 idiomas diferentes, e que visa os manifestantes pró-democracia em Hong Kong.

Mas a Mandiant considera que o impacto destas campanhas é, para já, limitado. Sandra Joyce, vice-presidente da empresa, afirma que “do ponto de vista de eficácia, não há registo de muitas vitórias. O cenário de ameaças mantém-se para já igual”.

A mesma responsável destaca ainda que a tecnologia de Inteligência Artificial não teve ainda um papel crucial em qualquer incidente e que, por enquanto, o seu uso prático não supera o que pode ser feito com as ferramentas ditas convencionais.

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Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt