O investimento de empresas como a Amazon na inteligência artificial é notório. A Alexa é a assistente virtual da empresa e está permanentemente a ser melhorada. E, como conta a Bloomberg, a melhor forma de a melhorar é ter humanos a ouvir as gravações dos teus pedidos.
Parece estranho, mas é o que acontece. “Quanto mais dados usamos para treinar estes sistemas, melhor a Alexa funciona”, pode ler-se na FAQ da Alexa. O que não é dito de forma explícita é que esta melhoria é feita através do trabalho de milhares de funcionários que te ouvem diariamente.
E não tenhas dúvidas, tu aceitaste que assim fosse. Esta prática está nos termos e condições que a grande maioria dos consumidores não lê e serve para melhor este tipo de serviço. O procedimento é conhecido como “anotação de dados”, e é um trabalho que tem necessariamente de ser feito por humanos.
A Google Assistant e a Siri usam o mesmo método para evoluir
Os algoritmos de inteligência artificial apenas evoluem com o tempo se os dados forem analisados e categorizados. A Alexa pode ouvir-te incorretamente, e pensar que queres saber do sítio X, quando queres saber do sítio Y. Ou seja, tem de haver um trabalho constante devia às várias nuances de linguagem.
A Alexa pode fazer uma mudança, mas esta passa pelo crivo humano. Podemos chamar-lhe “aprendizagem supervisionada”, e não é feita apenas pela assistente da Amazon. Tanto a Siri como a Google Assistant usam olhos e ouvidos humanos para melhorarem com o tempo.
A grande questão é que a maioria das pessoas não se apercebe de que isto está a acontecer. E o mais grave é que podem acontecer abusos. As gravações podem contar identificação de quem está a falar, e não é sequer sabido por quanto tempo estas informações são guardadas.
Na verdade, este tipo de informação já foi várias vezes usado para o bem. A Bloomberg atesta que no passado alguns anotadores ouviram potenciais crimes, e logo estes foram comunicados às forças da autoridade. Noutros casos, estes partilham com os colegas conversas que julgam engraçadas ou comprometedoras.
Amazon alega "tolerância zero", mas já aconteceram abusos
A Amazon diz ter uma política de “tolerância zero” para abusos do sistema. Garante que os funcionários não têm acesso à identidade da pessoa na gravação. Além disso, afirma apenas “anotar pequenos exemplos de gravações” da Alexa de forma a melhorar a experiência de utilização.
A Alexa continua a precisar de humanos para melhorar a tua experiência de utilização. Contudo, há pessoas na Índia ou na Roménia a ouvir o que tu dizes na tua sala de estar. E isso deve deixar qualquer um minimamente desconfortável. Menos à Amazon, aparentemente.
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