A Amazon quer reinventar a forma como utilizamos assistentes virtuais — e está disposta a apostar forte nisso. Depois de anos a ver a Alexa a perder força, a gigante tecnológica apresentou, no mês passado, a nova Alexa+, uma versão mais avançada e conversacional da assistente, agora com mensalidade de 19,99 dólares e recursos de Inteligência Artificial (IA). Mas isto é apenas o começo.
Sob a liderança de Panos Panay, o novo responsável pela divisão de dispositivos (ex-Microsoft Surface), a marca prepara uma linha completa de equipamentos redesenhados, incluindo modelos premium que prometem disputar terreno com gigantes como a Apple.
Alexa+ e novo hardware com melhor tecnologia

O foco da nova versão da Alexa é claro: tornar as conversas mais naturais, fluidas e inteligentes. Além disso, a integração com aplicações e dispositivos de terceiros foi reforçada, abrindo caminho para que novos gadgets 100% compatíveis com a Alexa+ comecem a chegar ao mercado já nos próximos meses.
Esta transformação não é por acaso. A Amazon sabe que precisa de algo mais robusto para manter relevância num mercado onde a inteligência artificial generativa está a mudar as regras do jogo. E, de acordo com um relatório da Bloomberg, Panos Panay chegou à Amazon com a missão de reformar todo o ecossistema de dispositivos inteligentes da empresa.
Ao que tudo indica, ele está a começar pelo hardware: os novos produtos vão apostar em melhor som, maior autonomia de bateria, segurança reforçada e materiais de qualidade superior.
“Quero perfeição em cada produto que enviamos — ponto final. Não haverá atalhos. Não importa se já testamos antes. Não importa o que achavas que era”, afirmou Panos Panay, em março de 2025, conforme noticiou a Bloomberg.
Segundo a fonte, os futuros lançamentos da Amazon vão dividir-se entre modelos acessíveis e opções premium, dando nova vida à gama Alexa. Apesar de alguns sucessos, como o Echo Studio e o Kindle Scribe, a Alexa acabou por ficar mais conhecida pelos gadgets económicos, como os Fire TV Stick ou os Echo Dot.
Nada de Fire Phone, mas... óculos com câmaras e wearables a caminho?
Para quem esperava um regresso do infame Fire Phone, más notícias: Panos não pretende ressuscitar o projeto, embora também não o tenha descartado por completo. No entanto, o executivo deixou pistas claras sobre os planos para novas categorias, como:
- Óculos de realidade aumentada, potencialmente com câmaras integradas e ligação direta à Alexa+ (um rival direto dos Ray-Ban Meta);
- Wearables de pulso, provavelmente smartbands ou smartwatches com assistente nativa e integração mais profunda no ecossistema.
Lançamentos previstos entre agosto e outubro
Os primeiros dispositivos com Alexa+ deverão chegar entre agosto e outubro de 2025, com o novo sistema operativo de inteligência artificial no centro da experiência. A ideia é simples: criar transições suaves entre diferentes equipamentos e oferecer funcionalidades consistentes e úteis, independentemente de estares a usar um speaker, uns óculos ou um wearable.
A aposta em dispositivos premium é uma jogada que Panay já usou na Microsoft com a linha Surface. E tudo indica que a estratégia vai repetir-se na Amazon.
Resta saber se o mercado estará disposto a pagar 19,99 dólares por uma assistente que, até agora, era gratuita. Mas se a promessa for mesmo uma Alexa mais inteligente, mais rápida e com gadgets dignos da ambição de Panay, talvez estejamos a assistir ao renascimento da assistente que, em tempos, foi o rosto da casa conectada.
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