Dinamarca bane redes sociais para menores de 15 anos
Depois de Portugal ter começado o ano letivo com a proibição de smartphones nas escolas, o tema do uso de tecnologia entre crianças e adolescentes volta a ganhar destaque, desta vez com o exemplo da Dinamarca.
O governo dinamarquês está a preparar uma lei para proibir o acesso a redes sociais por menores de 15 anos, alegando que as plataformas estão a “roubar a infância das crianças”.
A decisão ainda não começou a ser discutida em Portugal, mas levanta uma questão inevitável: poderá o nosso país seguir o mesmo caminho?
Dinamarca quer travar o “monstro digital”
A proposta foi apresentada pela primeira-ministra Mette Frederiksen durante o discurso de abertura do parlamento dinamarquês.
Segundo a líder, as redes sociais e os telemóveis estão a causar problemas de concentração, leitura, ansiedade e depressão em crianças e jovens.
“Dissemos sim aos telemóveis com boas intenções, para que as crianças pudessem ligar para casa e falar com os amigos. Mas a realidade é que libertámos um monstro”, afirmou Frederiksen.
O governo pretende banir as redes sociais para menores de 15 anos, permitindo apenas que os pais autorizem o uso a partir dos 13.
A primeira-ministra argumenta que “nunca antes tantas crianças sofreram de ansiedade e depressão” e que “muitas veem coisas online que não deveriam ver”.
A Europa começa a agir
A Noruega está a preparar uma proposta semelhante, e a Austráliajá aprovou uma das leis mais restritivas do mundo, proibindo o acesso de menores de 16 anos a plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, sob pena de multas milionárias para as empresas tecnológicas que não cumpram.
Estas iniciativas refletem uma tendência internacional de maior regulação digital, especialmente voltada para a saúde mental dos mais novos e a responsabilidade das redes sociais.
E em Portugal, até onde pode ir o debate?
Por enquanto, não há qualquer proposta em Portugal para limitar o acesso a redes sociais fora do contexto escolar.
Ainda assim, a recente proibição dos telemóveis nas escolas mostrou que o tema está a entrar na agenda política e educativa e poderá ser o início de uma reflexão mais ampla sobre o papel das redes na infância e adolescência.
Especialistas portugueses já têm alertado para o impacto do tempo de ecrã e para o aumento de casos de ansiedade, distração e isolamento social entre os jovens.
Se países como a Dinamarca começarem a aplicar medidas mais restritivas com resultados positivos, Portugal poderá sentir-se pressionado a discutir soluções semelhantes, ainda que adaptadas à nossa realidade social e tecnológica.