
"Operation Secure"
Uma operação internacional de grande escala, denominada "Operation Secure" e coordenada pela Interpol, resultou numa das maiores ações realizadas até agora contra redes de malware. Esta operação, levada a cabo em simultâneo em 26 países, eliminou mais de 20.000 domínios maliciosos da internet e levou à detenção de 32 suspeitos.
Quatro meses de Investigação
Segundo o portal Bleeping Computer, a investigação decorreu entre janeiro e abril de 2025, com foco em grupos de malware do tipo "infostealer".
Estes foram os resultados da operação:
- Eliminados mais de 20.000 domínios e IPs maliciosos ligados a "infostealers",
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Apreendidos 41 servidores utilizados pelas operações maliciosas,
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32 pessoas detidas,
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100 GB de dados confiscados,
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216.000 vítimas notificadas.
As autoridades também identificaram 117 servidores em Hong Kong utilizados como infraestrutura de comando e controlo para operações de phishing, fraude online e esquemas em redes sociais.
Sobre os "Infostealers"
São programas criados para extrair informações pessoais de dispositivos tais como logins, dados bancários ou mesmo carteiras de criptomoedas. Estes dados são posteriormente vendidos na dark web, onde são usados para cometer fraudes e roubos de identidade.
Análise regional
Entre os países participantes estiveram o Brunei, Camboja, Fiji, Hong Kong, Índia, Indonésia, Japão, Cazaquistão, Kiribati, Coreia, Laos, Macau, Malásia, Maldivas, Nauru, Nepal, Papua-Nova Guiné, Filipinas, Samoa, Singapura, Ilhas Salomão, Sri Lanka, Tailândia, Timor-Leste, Tonga, Vanuatu e Vietname.
Destaque para o Vietname
Um dos maiores destaques da operação veio da polícia do Vietname, que prendeu 18 suspeitos incluindo o líder de um grupo especializado na venda de contas empresariais roubadas.
Parceiros privados
A "Operation Secure" contou ainda com o apoio de parceiros privados de cibersegurança, como a Kaspersky, a Group-IB e a Trend Micro.
A Group-IB revelou que a operação teve impacto direto em infraestruturas ligadas a três conhecidos infostealers: Lumma, RisePro e META Stealer.
Os investigadores deram informações importantes sobre como os criminosos atuavam e que sistemas usavam, incluindo contas no Telegram e na dark web usadas para divulgar o malware e vender os dados roubados.

Ciber ameaça crescente
Os infostealers tornaram-se uma das maiores ameaças à cibersegurança nos últimos anos, estando por detrás de várias violações de dados.
O impacto deste tipo de operações reforça a importância da cooperação internacional especialmente entre forças policiais e especialistas em cibersegurança para travar estas redes de crime digital cada vez mais sofisticadas.