ZTE impedida de negociar com empresas dos EUA. Será este o fim?

Filipe Alves
Filipe Alves
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Depois da polémica da Huawei e ZTE nos EUA em que agências de segurança como FBI e CIA recomendaram a não utilização dos produtos das empresas chinesas, eis que a ZTE tem mais um problema em mãos.

Enquanto que os problemas da Huawei rodam à volta da desconfiança do governo norte-americano face a uma possível espionagem, a situação da ZTE é bem pior. Ao contrário da Huawei, a ZTE não conseguirá negociar com qualquer empresa dos Estados Unidos a América.

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Eu sei que este assunto vai dar que falar nos próximos dias, por isso vou-te explicar aqui as situações da ZTE e da Huawei de uma forma rápida.

Embora, na teoria, o problema fosse idêntico, a ZTE acabou de perder um caso em tribunal que proíbe todos os fabricantes americanos em negociar com a empresa chinesa.

Vamos começar pela Huawei

Comecemos pela Huawei. A marca asiática tem vindo a tentar entrar no mercado americano mas sem grande sorte. As entidades de segurança pública nos EUA estão preocupados com espionagem dos clientes da marca para o governo chinês.

Isto acontece porque a Huawei utiliza os seus próprios processadores e componentes internos. Imaginando que o Mate 10 usaria o processador Qualcomm e placas de rede também da Qualcomm. A Huawei não teria problemas em entrar no mercado. Isto porque as entidades de segurança conseguiriam sempre perceber se a Huawei alterou algo internamente para vazar informação.

Com os processadores Kirin (fabricados pela Huawei) as coisas não são bem assim. A tecnologia não é a mesma e para que entidades de segurança "vasculhem" os processadores dentro dos Huawei a marca precisaria de dar autorizações e guias para tal.

O problema da ZTE é totalmente diferente. A ZTE utiliza (ou utilizava) processadores Qualcomm por isso conseguia comercializar terminais nos EUA. Aliás, a marca está no quarto posto de vendas no mercado americano.

O que aconteceu com a ZTE?

A ZTE foi declarada culpada por comercializar produtos dos EUA e destinados para os EUA para a Coreia do Norte e Irão. Esta medida vai contra a lei dos EUA. A decisão era simples. A marca teria de despedir todos os executivos e funcionários envolvidos na situação e pagar uma multa de 890$ milhões.

A multa foi paga, porém, os funcionários não só ficaram na empresa como receberam bónus pelo negócio.

A ZTE falhou em cumprir com o possível acordo com o governo dos Estados Unidos e resultou num impedimento de negócio com empresas americanas durante 7 anos.

Isto significa que empresas como a Qualcomm ou até Google não poderão negociar com a empresa chinesa. Por outras palavras, a marca está basicamente fora do mundo de topos de gama. A MediaTek não fabrica processadores topo de gama e as soluções são poucas.

Temos ainda o problema da Google Play Store. Embora Android seja uma plataforma livre, a Google Play Store é um produto da Google (empresa norte-americana). Neste impedimento, as empresas dos EUA não podem vender produtos ou serviços à ZTE.

O assunto da Huawei e ZTE dará muito que falar em breve. Espero que este resumo te tenha elucidado um pouco face ao que se passa.

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Filipe Alves
Filipe Alves
Fundador do projeto 4gnews e desde cedo apaixonado pela tecnologia. A trabalhar na área desde 2009 com passagens pela MEO, Fnac e CarphoneWarehouse (UK). Foi aí que ganhou a experiência que necessitava para entender as necessidades tecnológicas dos utilizadores.