Ao que tudo indica, o Youtube vai deixar de exibir alguns vídeos para os mais novos. Neste caso, a plataforma pretende ajustar o algoritmo, de maneira a que conteúdos sobre aparência física deixem de aparecer no feed dos utilizadores.
De acordo com o The Verge, o objetivo é diminuir as “agressões não violentas”, que, muitas vezes, questões como o peso, por exemplo, suscitam nos adolescentes. Sobre o assunto, o Youtube diz que um vídeo isolado pode não ser prejudicial.
Youtube alerta que alguns conteúdos "repetidamente" podem ser nefastos
Contudo, a plataforma alerta que pode “ser problemático para alguns adolescentes se visualizado repetidamente”. Com isto, não quer dizer que o Youtube queira “proibir” o acesso a este tipo de vídeos. Afinal de contas, muitos deles não violam qualquer tipo de regra do Youtube.
Na prática, a medida passa por desincentivar com a ajuda dos algoritmos. “Adolescentes são mais propensos do que adultos a formar crenças negativas sobre si mesmos ao ver mensagens repetidas sobre padrões ideais em conteúdo que consomem online” - refere o Youtube.
Esta iniciativa será implementada de forma global, pelo que também Portugal terá acesso a este ajuste do Youtube. Para além dos vídeos que evidenciem comparações físicas, o Youtube também quer despromover conteúdo que, possivelmente, intimide.
Alguns tutoriais também vão "desaparecer" do algoritmo
Segundo a mesma fonte, até alguns tipos de tutoriais vão dizer “adeus” ao feed de muitos utilizadores. Tomemos como exemplo um vídeo que, por hipótese, fale sobre maquilhagem. Se este for na lógica de mudar significativamente a aparência da pessoa, o Youtube vai estar “de olho”.
Na verdade, fica difícil perceber quais são os vídeos que passam e não passam por estes critérios do Youtube. Vistas bem as coisas, há sempre uma certa dose de subjetividade, ainda que a medida em si possa ser muito útil para proteger os mais novos.
“Uma frequência maior de conteúdo que idealiza padrões ou comportamentos não saudáveis pode enfatizar mensagens potencialmente problemáticas — e essas mensagens podem impactar como alguns adolescentes se veem” - referiu Allison Briscoe-Smith.
Nas palavras da representante do Comité Consultivo de Jovens e Famílias do YouTube, esta medida “pode ajudar os adolescentes a manter padrões saudáveis, pois eles naturalmente comparam-se aos outros e avaliam como querem aparecer no mundo”.
