Quando ouvimos falar na Xiaomi, o mais provável é que nos lembremos de telemóveis. No entanto, como a 4gnews tem vindo a noticiar, a marca chinesa fez furor ao lançar o seu primeiro automóvel: o Xiaomi SU7.
Aparentemente, este até teve sucesso. De acordo com o Business Insider, após um dia de lançamento, em março, a marca chinesa já tinha cerca de 90.000 encomendas.
Os resultados em termos financeiros
Efetivamente, não se pode falar em falta de adesão, até porque o público mostrou interesse pelo carro. O problema é que, olhando para os números, conseguimos ver que a nova investida da Xiaomi deu prejuízo.
Só no segundo trimestre de 2024, ou seja, de abril a junho, a Xiaomi registou um prejuízo de 252 milhões de dólares. Os resultados foram divulgados, esta quarta-feira, dia 21 de agosto, pela própria marca.
Aparentemente, neste período, a Xiaomi fez cerca de 27 300 vendas de SU7s. Feitas as contas, quer dizer que terá perdido um pouco mais de 9 000 dólares por cada carro vendido. Recorde-se que o preço base do veículo ronda os 30 000 dólares.
Se está a vender, porque é que a Xiaomi tem prejuízo?
À primeira vista, podemos estranhar o facto do SU7 estar a ser bem recebido pelo público e, mesmo assim, os números não serem bons. No entanto, não é algo que seja tão inesperado assim, para muitos analistas.
Como chegaram a explicar analistas do Citibank, só era de prever que a Xiaomi começasse efetivamente a ter lucro, depois de conseguir vender entre 300 000 a 400 000 carros anuais.
Para estes, é provável que a marca chinesa fique bem perto desse valor, já no ano de 2026. Aí, é de prever que consigam a venda de cerca de 260 000 veículos. Apesar dos resultados do 2º trimestre, a Xiaomi vai dando sinais de força no setor automotivo.
Em entrevista ao Business Insider, um representante da Xiaomi referiu que o grande objetivo da marca é aumentar a escala do negócio. Afinal de contas, só assim poderá reduzir os custos por automóvel.
"A escala do negócio de veículos elétricos da Xiaomi é relativamente pequena no momento, enquanto a indústria automobilística é um setor típico com economias de escala" - referiu.
Sobre o assunto, ainda acrescentou que “o primeiro carro da Xiaomi é totalmente elétrico e o seu custo de investimento é relativamente alto, então levará algum tempo para digerir essa parte do custo".
Lei Jun reforça que é uma aposta para manter
A corroborar a posição do porta-voz da Xiaomi, o próprio cofundador manifestou vontade em continuar a investir em automóveis. Para Lei Jun, o objetivo é apostar "dezenas de biliões de dólares" nos próximos anos.
Como refere a mesma fonte, a marca chinesa tem deixado bem clara a sua intenção de fazer frente à Tesla. De certa forma, o masterplan da Xiaomi passa por ter alta qualidade em termos de mobilidade elétrica, mas a preços mais comportáveis.