Tal como a 4gnews noticiou, a Xiaomi deu a conhecer recentemente o Mi Watch Lite, um smartwatch barato que poderia ser apenas um rebranding do Redmi Watch. No entanto, além de ser a versão global desse mesmo produto, representa algo mais para a marca.
A Xiaomi tem várias empresas satélite, marcas sob a sua influência, fabricantes que apoia e entidades que patrocina e nas quais investe para os mais variados fins. Contudo, por vezes a "casa-mãe" chama a si a responsabilidade sobre produtos-chave.
A Xiaomi chamou a si os wearables, começando pelos smartwatch
Custando o equivalente a 45 dólares na China, o novo Xiaomi Mi Watch Lite é um rebranding do Redmi Watch. Por outras palavras, a Xiaomi entendeu que devia começar a lançar relógios inteligentes e outros acessórios em nome próprio, reduzindo a dependência das suas sub-marcas e diversas entidades que compõe o ecossistema da marca.
Fruto desta necessidade nasceu o relógio com ecrã quadrangular de 1,41 polegadas de diagonal, com resolução de 320 x 320 pixeis, com cantos arredondados e ligeira inspiração no Apple Watch - atendendo ao seu formato e traços gerais.
Equipado com uma bateria de 230 mAh de capacidade, promete até 9 dias de autonomia. Tem localização GPS, resistência à água até 5 ATM e pode utilizar diferentes pulseiras para maior personalização, sendo estas compostas de plástico TPU.
O busílis do Mi Watch Lite reside na Amazfit
A Xiaomi deu por si subitamente traída e abandonada por uma das mais populares sub-marcas do seu ecossistema. Ainda que o consumidor comum possa nunca sequer ter pensado na Amazfit como algo mais do que a "linha de relógios Xiaomi", esta entidade tinha um bom grau de independência, mesmo no seio complicado das relações empresariais da fabricante chinesa.
Sucede que, em setembro passado, a Amazfit resolveu trair a confiança da Xiaomi e lançar uma réplica da Mi Band 5, sem consideração aparente pelos desejos da casa-mãe. Desde então, o divórcio e total separação entre as entidades foi se materializando. Atualmente, em Portugal e à semelhança do mundo, não encontramos os "típicos relógios Xiaomi".
Os relógios inteligentes Xiaomi Amazfit são coisa do passado. Temos agora os relógios Xiaomi e os relógios Amazfit. Duas marcas.
O futuro trará mais wearables Xiaomi, somente Xiaomi
Os lançamentos em nome próprio serão cada vez mais frequentes, com a "casa-mãe" a reforçar a sua posição, sobretudo agora que cresce a olhos vistos na Europa e no mundo. O exemplo da Amazfit, súbito e cirúrgico, foi um abanão para a empresa de Lei Jun.
Com as duas empresas quase em pé de guerra, contamos com mais produtos a serem lançados por ambas no mercado e uma crescente concorrência, algo que pode sempre vir a beneficiar os consumidores.
Entretanto, aos consumidores portugueses que adquiram produtos Amazfit em lojas oficiais Mi Store, a assistência a qualquer produto vendido nas suas superfícies está garantida durante o período legal de dois anos.
A Xiaomi está a crescer, também na postura
O "universo" de marcas Xiaomi é manifestamente confuso. As linhas familiares entre as diversas empresas são difusas, ou por vezes omissas. Os produtos, esses, continuam ótimos na relação preço/qualidade, mas espero que a marca se mostre madura e séria, sobretudo agora que é presença assídua na Europa e nas vidas dos consumidores europeus.
Serve o Mi Watch Lite como um prenúncio de uma empresa mais cuidadosa, fiel a princípios orientadores como o apreço pela relação preço/qualidade e, agora que se dá uma maior centralização, contamos com o aperfeiçoar de várias tecnologias. Este smartwatch é, para todos os efeitos, um produto banal, mas a sua disponibilização global deixa perpassar muita informação para olhos atentos.
Esperamos, também, uma estratégia mais clara e definida, algo que se deverá traduzir também no leque de produtos colocados no mercado europeu. Por outras palavras, contamos com uma maturação da Xiaomi como bastião da tecnologia na Europa.
Seguiremos atentos a mais casos de "Mi Watch Lite".
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