O Xiaomi Mi MIX Alpha é uma visão de futuro tal como o Samsung Galaxy Fold. São duas abordagens distintas à próxima etapa para o "mundo dos telemóveis" cujos traços, além do preço, damos agora a conhecer.
Com a era do 5G a arrancar, a Xiaomi provou que consegue inovar com o ecrã a 360º, ou arrebatar com as câmaras de 108 MP, ainda que o preço possa ultrapassar os 2500 €, mas há mais a ter em conta.
Alpha ou Fold, o design gira em torno do ecrã

Ir além do formato estabelecido dos smartphones, o "retângulo com um grande ecrã". Partindo dessa premissa, a Samsung doi uma das primeiras a arriscar com os seus dobráveis, dispositivos que rompem claramente com o status quo.
A sul-coreana Samsung quis mostrar ao mundo o que consegue fazer e investiu consideravelmente no dobrável, com outras marcas a seguir-lhe os passos. Em todo o caso, o design serve para acomodar um ecrã grande que se pode dobrar.
Já o Mix Alpha trilhou um outro caminho. Não rompe com o formato vigente, sendo este o mais familiar para os consumidores, mas amplia-o. O ecrã do Alpha não dobra, mas reveste não só a parte frontal, mas também as laterais e parte da traseira.
Neste ponto, a aposta da Xiaomi vai mais ao encontro daquilo que é familiar ao consumidor e, por aí, o Mi MIX Alpha pode realmente conquistar a preferência deste grupo. Acredito que este Alpha possa ser o início de uma nova tendência no mercado.
As duas vias: ecrã dobrável, ou rígido que abraça o smartphone

Para fugir ao convencional, estas são as opções que se colocam diante do consumidor. A primeira conta sobretudo com o Galaxy Fold, ou o Mate X. A segunda materializou-se a 24 de setembro com o novo Mi MIX Alpha.
Este é um tentador conjunto de smartphones ousados e até ao momento os mais incríveis do ano. Ainda assim, vemos que os benefícios não ultrapassam as desvantagens para o consumidor comum, desde o preço à durabilidade do produto.
Seja o Xiaomi Mi MIX Alpha a 2500 € ou Galaxy Fold a 2049 €, todos eles são caros. Mais ainda, estes últimos dois são manifestamente grossos quando estão fechados e todos eles são notoriamente pesados.
Há ainda a dificuldade em encontrar capas de proteção, ainda que já existam soluções próprias, mas nunca para o Xiaomi. Aliás, qualquer capa opaca para o Mi Alpha invalidaria o seu maior trunfo.
Em síntese, há ainda que ter em conta a durabilidade do produto. A via do ecrã dobrável submete este componente sensível a mais pressão e desgaste dos componentes. Já a via da Xiaomi parece mais suscetível a danos provocados por quedas acidentais.
O preço alto do Mi MIX Alpha e do Galaxy Fold
Independentemente do modelo, o preço pode ser proibitivo. Na prática, temos produtos com especificações topo de gama, suporte para redes 5G e claro, o fator X sendo o ecrã que, de uma forma ou outra, é realmente futurista e merece todo o apreço.
Mesmo assim, estes produtos não deixam de ser smartphones que custam pelo menos o dobro dos equipamentos convencionais de gama alta que podemos encontrar no mercado. Este é o preço da inovação entregue pelas fabricantes.
É certo que oferecem um ecrã maior que os smartphones convencionais, mas pelo valor pedido - entre 2000 a 2500 € - podemos comprar não só um telemóvel topo de gama, bem como um tablet respeitável, ainda que não o possamos dobrar.
A data de lançamento pode alongar-se até dezembro de 2019
Não tendo a menor dúvida que será pelo caminho do MI MIX Alpha, ou do Fold, que passará o futuro dos telemóveis, para já a relação custo / benefício é perigosamente dúbia. São investimentos de risco e, sobretudo o Fold, não pode ser recomendado.
O Samsung Galaxy Fold já começa a chegar ao mercado após atrasos consecutivos, estreando-se em setembro no mercado sul-coreano e chegando gradualmente a outros pontos do mundo. Já o Xiaomi Mi MIX Alpha, deve chegar em dezembro.
O sucesso do Galaxy Fold passará pelo volume de vendas e confiança dos consumidores nas suas soluções. A do Xiaomi Mi MIX Alpha passará sobretudo pela sua capacidade de criar uma tendência na indústria e mercado mobile.
Especificações dos smartphones mais futuristas de 2019
Modelo | Xiaomi Mi MIX Alpha | Samsung Galaxy Fold |
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Anúncio | Setembro de 2019 | Fevereiro de 2019 |
Redes | 5G / 4G LTE | 5G / 4G LTE |
Disponibilidade | Dezembro de 2019 | Setembro de 2019 |
Dimensões | 154 x 73,3 x 10,4 mm |
161 x 118 x 6,9 mm (aberto) 161 x 63 x 15,5 mm (fechado) |
Peso | 241 gramas | 263 gramas |
Ecrã | AMOLED de 7,92 polegadas | AMOLED de 7,3 polegadas (principal) 4,6 polegadas (secundário) |
Plataforma | Android 10 com MIUI 11 | Android 9 Pie com One UI |
Processador | Snapdragon 855+ da Qualcomm | Snapdragon 855 da Qualcomm |
Memória RAM | 12 GB | 8 GB |
Armazenamento | 512 GB | 512 GB |
Câmara principal | Tripla (108 MP + 12 MP + 20 MP) | Tripla (108 MP + 12 MP + 20 MP) |
Câmara secundária | Utiliza a principal | Tripla (12 MP + 12 MP + 16 MP) |
Bateria | 4050 mAh | 4235 mAh |
Preço | ~2500 € | 2049 € / 2100 € (5G) |
Da comparação das especificações apura-se que qualquer um deles é um exímio smartphone, mas para justificar o respetivo preço, têm que ser mais que isso! São duas grandes promessas, mas que para já, em 2019, são apenas isso.
Conceito "verde" e preço demasiado alto!
O historial do Galaxy Fold joga contra a Samsung. Das unidades de teste que falharam desastrosamente, à recolha e revisão completa. Agora, a marca tem em mãos um produto que custa dois mil euros e vem com reputação maculada.
Ansiamos por novos produtos e formatos inovadores, mas não há marketing que me faça dizer "comprem o Galaxy Fold", ou mesmo o Mi MIX Alpha. Nada justifica um preço tão alto, sobretudo para produtos de 1.ª geração inerentemente imperfeitos.
Se o ano de 2019 prometia grandes revoluções no mercado elas não passaram de meras miragens. Recomendar, ao consumidor comum, um destes produtos seria para já, e infelizmente, contrário à boa-fé.
Por fim, fica a conhecer os produtos Xiaomi que valem realmente a pena comprar! Vê também a abertura da nova loja oficial da Samsung em Portugal em vídeo e do Galaxy Fold.