A função anti-roubo foi uma das novidades mais disruptivas a ser anunciadas pela fabricante de Lei Jun com o seu novo Xiaomi Mi MIX 4. Sendo possivelmente uma das melhores funcionalidades introduzidas, infelizmente a empresa foi forçada a abdicar da mesma.
Esta função permitia ao utilizador encontrar o seu telefone, mesmo que este fosse desligado e o respetivo cartão SIM removido. No entanto, os órgãos reguladores na China não deram o seu aval à Xiaomi, por conseguinte, esta opção foi já removida do telefone.
A 2.ª maior fabricante mundial de smartphones surpreendeu com o Mi MIX 4
A notícia foi avançada primeiramente pela publicação South China Morning Post ainda no rescaldo da apresentação do novo Xiaomi Mi MIX 4. Esta publicação cita, como fonte, um porta-voz da fabricante chinesa que terá avançado esta explicação para a notória omissão agora que o produto começa a chegar às mãos dos consumidores.
Com efeito, volvidos cerca de cinco dias após a apresentação e chegada ao mercado do novo smartphone topo de gama, a Xiaomi foi forçada a remover uma das melhores novidades introduzidas no software do telefone.
Em causa estava a nova função anti-roubo, presente no software do Xiaomi Mi MIX 4. Isto permitia localizar o telefone mesmo se o cartão SIM fosse removido. Todavia, as agências de regulação do mercado na China não aprovaram esta funcionalidade.
Mesmo removendo o cartão SIM era possível encontrar o Xiaomi Mi MIX 4
Afirmando que a mesma não cumpria critérios e ditames relevantes, a funcionalidade teve que ser removida. Esta foi a razão avançada por um representante da Xiaomi à publicação supracitada e em declarações públicas, através da rede social Weibo.
Durante o evento de apresentação, Jun afirmou que a funcionalidade era "perfeita". Isto porque se baseava num cartão SIM virtual que mantém o smartphone constantemente ligado à Internet.
Em síntese, tornando-o detetável e contactável sem a aprovação prévia do utilizador. Foi precisamente este detalhe que esbarrou com a política de privacidade e demais orientações do regulador na China.
Ainda que as políticas de proteção de dados sejam algo distintas, senão mesmo paradoxalmente opostas, os meados do mercado das telecomunicações na China são de navegação difícil.
Algo que, com efeito, a Xiaomi veio a descobrir.
O cartão SIM virtual (e-SIM) garantia uma ligação constante à Internet
O comunicado avançado pela Xiaomi surgiu apenas três dias após o evento de apresentação e subsequente lançamento do smartphone no mercado. Algo que evidencia a complexidade do processo de regulamentação e proteção de dados na China.
Tal como apontam os media locais, o governo central chinês tem endurecido a sua postura para com o setor tecnológico. Algo que se reflete nos esforços graduais de proteção das informações e dados pessoais a serem aplicados pela administração central.
Como tal, esta novidade "perfeita" da Xiaomi viria a ser removida do seu Mi MIX 4. Ademais, é improvável que a função volte a estar presente no smartphone. Isto porque a partir do próximo mês entrará em vigor uma conjunto de leis mais protecionistas dos dados e informações pessoais na China.
Trata-se, efetivamente, de um cercear das liberdades que as empresas de tecnologia usufruem ainda na China para proteger melhor os dados pessoais dos utilizadores. O pêndulo oscila agora em favor do cidadão, consumidor e não (tanto) do tecido empresarial.
Por fim, caso o Xiaomi Mi MIX 4 venha a ser lançado na Europa - algo extremamente provável - a funcionalidade não seria tolerada pelo RGPD vigente.
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