A Xiaomi falou que acredita que os seus planos estão em marcha para se algum dia tiver de passar pelo o que a Huawei está neste momento a passar com o governo dos Estados Unidos.
Lembro que as empresas americanas foram proibidas de negociar com a Huawei devido a receio de espionagem face ao governo chinês. Isto significa que a Huawei ficou seriamente debilitada e que, por exemplo, os seus smartphones não podem ter os serviços Google. Aplicações como o Youtube, Google Maps ou Play Store não estão no mais recente Mate 30 Pro.
Os planos da Xiaomi para a eventualidade dos problemas da Huawei
A Xiaomi é seriamente mais dependente de empresas americanas do que a Huawei. A Xiaomi depende dos chips da Qualcomm para os processadores dos seus smartphones. Algo que a Huawei não precisou por fabricar os seus Kirin.
A Xiaomi é também seriamente dependente da Google Assistant e Alexa para os seus produtos IoT (Internet das coisas). Ambas as empresas são norte-americanas e na eventualidade de problemas acontecer, as empresas não poderiam negociar.
Assim sendo, a Xiaomi já começou a falar com empresas asiáticas (possivelmente MediaTek) para os seus processadores. Se alguma vez a Qualcomm não puder negociar com a Xiaomi, a empresa asiática já tem planos traçados para continuar a fabricar os seus smartphones.
As palavras da Xiaomi na situação
A executivo Abi Go falou sobre a situação e embora tenha sido cautelosa nas palavras deu a entender que tudo está a ser minuciosamente planeado caso exista algum problema idêntico ao da Huawei.
Abi Go referiu "Atualmente, estamos a avaliar a situação (possível bloqueio dos EUA). Mas de momento não houve 'efeito de contágio'. Na verdade, estamos a trabalhar lado a lado e intensivamente com empresas americanas, como Qualcomm, ou Google, em nossos produtos do ecossistema IoT (Internet das coisas)." Rematou a responsável de produtos da Xiaomi.
Continuou dizendo "De qualquer forma, se no futuro algo acontecer, temos um plano B. Entre outras coisas, estamos a investir muito em vários fabricantes de semicondutores na China. Mas acreditamos que nossa estratégia de negócios não deve ser condicionada pelas decisões tomadas pelos políticos. Até agora, optamos por integrar os melhores componentes em nossos produtos. Além disso, continuaremos a fazê-lo no futuro".
A executivo terminou por completar "Estamos convencidos de que o que é realmente importante é que sempre fazemos o nosso melhor sem nos preocupar com o que nossos concorrentes fazem. Acreditamos que é positivo ter concorrência porque nos força a tentar o nosso melhor."
A Xiaomi é extremamente dependente da Google no mercado ocidental
Não só nos smartphones mas também nas IoT. A Xiaomi é seriamente mais dependente da Google e Amazon (no IoT) do que a Huawei que até agora continua com um portfólio baixo nesse segmento.
Caso a mesma situação que aconteceu com a Huawei acontecesse com a Xiaomi, a marca iria ter os mesmos problemas na venda de smartphones no nosso mercado. Ou seja, convencer utilizadores a comprar equipamentos sem os serviços Google. Ainda que seja simples instalar este tipo de serviço no software do equipamento, não é de conhecimento de todos os utilizadores.
Em suma, é bom saber que a Xiaomi tem um plano para se as coisas não correrem como se espera. A Huawei foi apanhada de surpresa e acredito que as outras empresas chinesas perceberam o quão o Presidente dos Estados Unidos pode criar um impacto positivo no crescimento da sua empresa.
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