No início deste mês, a Xiaomi lançou no mercado global a sua série de smartphones premium e depois de termos testado o Xiaomi 15 Ultra é agora chegada a vez do modelo base Xiaomi 15.
Mais uma vez, o mercado global terá a escolha limitada entre as versões base e Ultra da série, uma vez que o modelo Pro vai manter-se como exclusivo do mercado chinês. O Xiaomi 15 chega com um preço na faixa dos 1000 €, com um corpo compacto e com uma mão-cheia de especificações de topo.
Mas será que consegue sair da sombra do seu “irmão” Ultra? Nas últimas semanas, o Xiaomi 15 foi o meu smartphone de “serviço” e agora conto-te aqui toda a experiência.
Unboxing
A experiência de unboxing do Xiaomi 15 é exatamente igual à do Xiaomi 15 Ultra, uma vez que ambos os terminais têm os mesmos extras na caixa.
Um cabo USB-A para USB-C e uma capa protetora acompanham o smartphone. Esta capa diferencia-se, no entanto, da do Xiaomi 15 Ultra por ser em silicone mais flexível. Por essa razão é mais fácil de colocar no terminal que a proteção do modelo mais avançado que se caracteriza por ser bastante rígida.
Design e construção
O Xiaomi 15 exibe um design em tudo semelhante ao seu antecessor. A marca chinesa parece ter pensado que em fórmula vencedora, não vale a pena mexer. No painel traseiro em vidro, destaca-se o módulo de câmara quadrado.
Módulo este que tem um tamanho generoso e é arrumado numa estrutura plana com cantos arredondados. A estética é sóbria e elegante com cada milímetro a fazer sentido no que respeita a beleza.
Pode não deslumbrar, mas transmite a sensação premium esperada e, de forma até um pouco surpreendente, é uma visão harmoniosa, apesar do módulo de câmara traseira ser grande.
O Xiaomi 15 ganha bastantes pontos na qualidade de construção. Ainda que forneça uma capa de proteção, o modelo está construído com materiais sólidos que lhe conferem robustez e resistência para aguentar a rotina diária.
A Xiaomi acrescentou aqui a sua proteção Shield Glass no ecrã que é 10 vezes mais resistente que o Gorilla Glass Victus e uma estrutura de alumínio também 33% mais resistente.
O seu tamanho compacto é muito fácil e confortável de manusear. Em resumo, o Xiaomi 15 é esteticamente bonito e parece ter o que é preciso para suportar encontrões e arranhões ocasionais, sem sair muito “beliscado” das situações.
Ecrã
O Xiaomi 15 está equipado com um pequeno grande ecrã AMOLED de 6,36 polegadas que fornece uma resolução de 2670 por 1200 pixéis, uma taxa de atualização de 120 Hz e um brilho máximo de 3.200 nits.
Ainda que tenha um formato compacto, este painel é um gigante na exibição de conteúdos. Apresenta cores reais e vívidas, tem uma boa saturação e dá-se igualmente bem com o contraste e tons negros.
Lida bem com qualquer tipo de conteúdo e funciona muito bem como segundo ecrã numa sala com a família. Também não magoa os olhos e permite que qualquer legenda seja bem lida, num espaço mais reduzido que o habitual.
Em ambiente exterior fornece sempre uma boa visualização. Destaque ainda para o sensor ultrassónico embutido no ecrã que é mais rápido que a tua própria sombra a desbloquear o telefone.
Xiaomi 15 - Especificações técnicas
Ecrã | AMOLED, 6,36", 2670x1200 pixéis, 120 Hz, 3.200 nits |
Processador | Snapdragon 8 Elite |
RAM | 12 GB |
Armazenamento | 512 GB |
SO/Interface | Android 15/HyperOS 2.0 |
Câmara | 50+50+50 MP |
Bateria | 5.240 mAh |
Carregamento | 90 watts com fios, 50 watts sem fios |
Áudio
O Xiaomi 15 conta com um conjunto de colunas estéreo que funcionam surpreendentemente bem.
O som, ainda que esteja perto do volume máximo, é nítido e com muita pouca distorção. Na prática, este smartphone é bom para ouvir música e excelente para debitar os diálogos da tua série de eleição.
Desempenho
O compacto premium da Xiaomi está também equipado com o processador Snapdragon 8 Elite. No caso do terminal em teste temos 16 GB de memória RAM – generosidade da Xiaomi connosco –, mas o modelo comercializado, pelo menos neste momento, conta com 12 GB de RAM.
Vamos desde já esclarecer uma coisa: este é o smartphone compacto mais poderoso e sério do momento. Consegue lidar com tudo o que lhe damos, mesmo que isso signifique que vai estar a braços com trabalho pesado.
Bom para jogar e excelente para multitarefa. Este é um compacto sério para levar mesmo muito a sério. Está ao nível de qualquer Ultra, no que diz respeito ao desempenho. Deixo-te os resultados do Geekbench em baixo para avaliares.

No entanto, sofre do mesmo problema do modelo mais avançado. Uma sessão de trabalho mais prolongada faz com que o terminal aqueça e isso se sinta nas mãos. O sistema de refrigeração devia acompanhar a competência e eficácia extraordinárias deste pequeno grande smartphone.
HyperOS e HyperAI
O Xiaomi 15 executa HyperOS 2.0 sob Android 15 e está também equipado com a Inteligência Artificial da marca HyperAI. Mais uma vez, a experiência é em tudo semelhante ao modelo Ultra pelo facto de ambos incluírem as mesmas coisas.
Para quem está habituado à interface da Xiaomi, é um passeio no parque, com mais animações e as otimizações necessárias para melhorar a experiência de navegação. Quem não está habituado, em apenas cinco a dez minutos, aprende o que há a aprender, visto ser tudo bastante intuitivo.
Sim, a queixa vai ser a habitual. Temos bloatware em quantidade desnecessária. Há pistas de que a Xiaomi está a melhorar neste ponto, mas ainda vamos precisar de investir tempo a desinstalar o excedente que nunca vamos utilizar.
No campo da Inteligência Artificial, além da integração com o Google Gemini – que funciona bastante bem – temos os recursos HyperAI. Portanto, temos ferramentas para edição de fotografias, pesquisa por IA, transcrição de áudio para texto, transcrição de videochamadas, geração de listas, entre outros.
Todos estes recursos funcionam com as apps da Xiaomi e funcionam bem. Desta vez, pedi à IA da marca chinesa para me gerar um plano de atividade física. Foi rápido e não podia ser mais completo e exigente. Sugeriu-me tanta coisa que fiquei cansada só de ver.
Em resumo, os recursos HyperAI da Xiaomi podem não ser tão populares como os Galaxy IA da Samsung, mas para lá caminham pela sua rapidez e eficácia.
Câmara
O Xiaomi 15 Ultra é uma espécie de câmara com smartphone e o Xiaomi 15 fica mesmo muito perto de também o ser. Isto salvaguardadas as devidas diferenças de sensores na câmara traseira. Aqui temos uma configuração tripla com os sensores primário, ultra grande angular e telefoto a fornecerem 50 megapixéis cada um.
Todos os sensores fornecem imagens de qualidade, com detalhe e cores vivas e reais. O exemplo apresentado com o círculo colorido foi tirado num dia com pouca luz, sendo que devido ao desgaste, na realidade, as cores têm mesmo aquela tonalidade pastel.
É rápido a enquadrar e tem também uma boa estabilização para mãos mais nervosas. Funciona muito bem em modo retrato, assim colabore o modelo – o que não foi propriamente o caso deste felino. Mas este é um bom exemplo do nível de detalhe que o Xiaomi 15 fornece nas suas imagens.


Pelo lado menos positivo, o zoom ótico do sensor telefoto é agora de 2,6X. No modelo anterior tínhamos 3X. Mas ainda assim, o zoom ótico e depois digital, passa com distinção no teste. Levado ao máximo, apresenta uma espécie de neblina, mas o mesmo acontece com o Xiaomi 15 Ultra.




A câmara frontal com 32 megapixéis de resolução é igualmente boa. Tens aqui uma ferramenta à séria para conteúdos para as redes sociais. Nas videochamadas funciona também muito bem.

Gravei também um vídeo com o Xiaomi 15 e o desempenho foi igualmente bom, com um enquadramento rápido, mesmo quando é feito zoom. Por definição de fábrica, grava 1080p a 30 frames por segundo, mas é capaz de gravar até à resolução de 8K.
Em resumo, para quem prefere um smartphone em tamanho compacto, mas que dá prioridade à fotografia, o Xiaomi 15 é a escolha certa a fazer neste momento.
Autonomia e carregamento
Face ao antecessor, o Xiaomi 15 tem uma bateria maior com 5.240 mAh de capacidade. Já o carregamento rápido está nos 90 watts, tal como o “irmão” Ultra. No entanto, neste modelo base o carregamento sem fios é de 50 watts enquanto no Xiaomi 15 Ultra é de 80 watts.
A bateria aguenta um dia inteiro com uma utilização perfeitamente normal do equipamento. Muito “passeio” pelas redes sociais, consultas frequentes ao mail e uma navegação mais prolongada na Internet, uma fotografia aqui e ali, e até uma breve sessão de entretenimento.
É também relativamente rápido a carregar. Em 15 minutos a bateria vai dos 0 aos 40% e em meia hora temos 70% do terminal carregado. Está perfeitamente equiparado aos seus concorrentes disponíveis no mercado.
Conclusão
O Xiaomi 15 é o smartphone compacto premium do momento. O seu desempenho está ao nível de qualquer Ultra, ao lidar com tudo o que lhe pedimos para fazer, de forma rápida, eficiente e fluida. Mesmo quando se vê a braços com trabalho forçado, passa no teste com distinção.
O ecrã é um regalo para os olhos e o facto de ser ligeiramente mais pequeno não prejudica – em nada – a excelente experiência de visualização que fornece. De forma surpreendente, o áudio é igualmente bastante bom, apresentando muita pouca distorção.
A interface é intuitiva e fornece uma experiência de utilização rápida, suave e fluida. Temos a queixa habitual sobre bloatware; vamos lá resolver isto, Xiaomi. Os recursos HyperAI são vários e funcionam, de uma forma geral, bastante bem. Esperemos que tenham vindo para ficar.
Apesar de não ter mexido no design, o Xiaomi 15 é esteticamente bonito e harmonioso, conseguindo enquadrar um módulo quadrado de câmara traseira grande. Destaque para a qualidade de construção que assenta na utilização de bons materiais que lhe conferem robustez e resistência para a rotina diária.
A câmara, ainda que tenha especificações inferiores à dos Xiaomi 15 Ultra, é igualmente fantástica. É rápido a enquadrar, bom a estabilizar e os resultados contam com um nível de detalhe e cor bastante bons.
Em resumo, estamos perante um smartphone compacto sério que é para ser levado mesmo muito a sério. O Xiaomi 15 é capaz de brilhar quando está entre modelos Ultra e isso é dizer o bastante sobre este pequeno grande telefone.