Os últimos dias têm gerado alguma polémica, devido ao fenómeno da Worldcoin. Como a 4gnews chegou a noticiar, a empresa já foi proibida em Espanha, sendo que, em Portugal, estima-se que mais de 300.000 pessoas, ou seja, cerca de 3% da população, já tenha feito scan da sua íris em troca de dinheiro.
Ainda que a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) já tenha começado a investigação sobre a atividade da marca, a Worldcoin garante que a sua utilização é perfeitamente segura.
A Worldcoin refere que o objetivo é provar a humanidade das pessoas, num mundo digital
Em entrevista à CNN, um dos representantes da marca em Portugal refere: “a Worldcoin não compra íris. Tem este objetivo de provar que as pessoas são humanas neste mundo digital, de uma forma completamente anónima e segura”.
De acordo com a mesma fonte de informação, a marca acredita que a evolução da Inteligência Artificial (IA) tem feito com que haja um aumento da necessidade de confirmação da identidade pessoal de cada um. De forma a dar resposta, os dados são transportados para uma base de dados mundial, onde a Worldcoin refere que armazena um código único.
Em troca desses mesmos dados, os utilizadores recebem dinheiro em forma de criptomoedas, sendo que quanto mais pessoas convencerem a ceder a sua íris, maiores serão os lucros por utilizador.
Um dos entrevistados pela CNN refere já ter levantado diversos valores
Tal como a 4gnews noticiou, recentemente, um dos entrevistados pela CNN explicou: “convido pessoas a aderirem e é através desse mesmo convite que eu ganho. Já levantei 100€, já levantei 150€, já levantei 400€. Já levantei diversos valores”.
Sobre a Worldcoin, um dos representantes da marca em Portugal esclareceu à CNN que a marca “não discrimina”, sendo que qualquer pessoa, independentemente da classe social, pode participar. O próprio identifica a Worldcoin enquanto um projeto “aberto” a todos e que não procura aproveitar-se de classes sociais desfavorecidas.
Apesar dos esclarecimentos prestados pela empresa, a Worldcoin tem preocupado os portugueses. Na reportagem feita pela CNN, um pai de um adolescente de 16 anos não escondeu a apreensão causada pelo projeto.
Também menores de idade têm feito scan da sua íris, sem consentimento parental
“Tinha apenas 16 anos. Entre outubro e novembro, foi abordado no shopping. Ele disse que, da parte da empresa, não houve nada que dissesse que era para maiores de 18” - relata.
Sobre casos como este, o representante da Worldcoin em Portugal aconselha os pais a entrarem em contacto através do serviço de apoio ao cliente, que, tal como o próprio refere, irão garantir que os dados são apagados. Já o código da íris não é apagado, “porque é este que prova a humanidade”, conclui.
Entretanto, a Comissão Nacional de Proteção de Dados continua a investigar a Worldcoin em Portugal. Recorde-se que, em Espanha, a mesma já foi proibida.