Windows Phone está morto mas isso já todos sabíamos

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Após os rumores de que a Microsoft encerraria definitivamente as suas aventuras no mercado Mobile durante este ano fiscal, notícia avançada pelaPredator Helios: A Acer quer baixar o preço aos PC’s Gaming

É altura de encarar a realidade, sem nos agarrarmos a falsas promessas de um Windows 10 ARM ou qualquer outro D. Sebastião. Se tal façanha estivesse nos planos da Microsoft esta seria obrigada a continuar a apostar no mercado Mobile, no seu Windows Phone.

É altura de admitir, o Windows Phone sucumbiu

Tal não sucede e, hoje, de acordo com a própria Microsoft que publicou os resultados referentes ao terceiro trimestre do ano fiscal de 2017 (o ano fiscal decorre de junho a junho), vimos, entre outras coisas, a omissão do nome "Windows Phone". Passo a explicar:

Na passada quinta-feira, a Microsoft revelou os resultados do último trimestre fiscal onde, entre outras informações, ficamos a saber que houve um recuo de $730 milhões de dólares nas receitas respeitantes à venda de smartphones face ao mesmo período do ano fiscal de 2016. Estes dados requerem certezas e não são meras estimativas. Aliás, este documento legal é entregue à Comissão de Valores Mobiliários norte-americana e, apesar de não terem especificado o número de smartphones vendidos, a espiral recessiva do Windows Phone é um ponto assente.

Hoje, nos documentos legais da Microsoft em análise (fonte), notamos uma omissão do Windows Phone. A plataforma Mobile da gigante de Redmond deixou de fazer parte da sua agenda de investimentos. Em suma e para que não restem dúvidas, o Windows deixou de fazer parte do futuro da Microsoft.

Numa seção referente aos riscos e retorno dos investimentos, é notória a ausência do Windows Phone na lista de áreas a investir. Este documento é particularmente interessante para qualquer economista, gestor ou simples fã da marca. É aqui que se define, legalmente, o plano de acção. É aqui que se vislumbra o futuro da empresa e o Windows Phone, claramente, não faz parte dele.

Note-se ainda que o Windows Phone constava da lista de áreas de investimento no segundo trimestre fiscal de 2017. As conclusões são dolorosas e claras em igual medida.

A Microsoft tem perfeita noção de que o Windows Phone foi um fracasso e já começou a vender uma edição especial do Samsung Galaxy S8 nas suas lojas. Afinal de contas, o simples licenciamento de várias das suas aplicações para o sistema operativo Android revela-se francamente lucrativo. A gigante ganha muito mais com as suas patentes para Android do que alguma vez ganhou a vender smartphones.

Sem Windows Phone, o que fará a Microsoft?

Resta-nos o mítico Surface Phone, o último farrapo de esperança para o Windows Phone. Talvez um dia a Microsoft decida voltar ao mercado dos dispositivos móveis. Talvez sim, talvez não. Talvez...

De momento não seria sensato apostar neste mercado, pelo menos até aprenderem com os erros do Windows Phone. É altura de sair, preferencialmente de cabeça erguida e de providenciar uma alternativa viável aos fãs e utilizadores da plataforma. Apesar do fracasso desta plataforma a Microsoft apostará em áreas lucrativas como a linha Surface e nas suas patentes para Android.

Vê ainda: Galaxy S8 vs Lumia 950: a comparação que espelha a estagnação do mercado?

Somos desta forma confrontados com um mercado Mobile absolutamente bicéfalo, onde o iOS e o Android dividem entre si o mundo. Não se enganem, o mercado ficará certamente mais pobre sem esta plataforma, é na concorrência que reside a inovação (ou pelo menos a diversidade de escolha) e criação de novas soluções. É certo, a Microsoft não soube gerir ou potenciar o seu Windows Phone e está na altura de o admitir.

Resta-nos esperar que, num futuro não muito distante, a Microsoft desenvolva um smartphone capaz de fazer frente ou pelo menos desafiar os sistema dominantes. Para tal serão necessários anos de pesquisa, desenvolvimento e muito investimento.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.