WhatsApp não excluirá contas que se oponham à partilha de dados com o Facebook

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Em prol da verdade, os utilizadores europeus do WhatsApp não terão que partilhar mais dados com o Facebook. De igual modo, não terão a sua conta excluída caso optem por não aceitar os novos termos e condições, efetivamente apresentados na Europa.

A empresa vem hoje (7) a público refutar os tabloides e semeadores do pânico. Não existe ultimato aos utilizadores do WhatsApp na União Europeia fruto das políticas de proteção da privacidade e dados pessoais. O mesmo não se aplica ao resto do Mundo.

Os novos Termos não obrigam à partilha de dados na Europa

A partir do dia 8 de fevereiro de 2021 esta é a Política de Privacidade que entra em vigor. A publicação na página da plataforma de comunicações é extensa, detalhando vários aspetos. De qualquer modo, é clara ao frisar que na Região Europeia o serviço é fornecido pela filial irlandesa do WhasApp. Como tal, seguiremos as disposições aplicáveis à nossa região.

Da sua leitura aferimos que o WhatsApp - na Europa - coloca desde logo três opções ao utilizador que não concorde com as novas disposições, a saber:

  1. Alterar as Definições dos Serviços. Podemos alterar as suas configurações dos Serviços para gerir determinadas informações disponíveis para outros utilizadores, entre outros controlos.
  2. Alterar o número de telemóvel, nome e fotografia de perfil e informações sobre o utilizador. Podemos alterar não só o número de telefone, mas também mudar as informações pessoais com o intuito de as proteger.
  3. Eliminar a conta de WhatsApp. Em última instância, caberá ao utilizador a decisão de eliminar a conta de WhatsApp, nunca sendo um procedimento automático, nem imediato caso não concorde com os Termos e Condições.

A atualização dos Termos e Condições lançou a confusão

A plataforma do Facebook tem mais de dois mil milhões de utilizadores ativos globalmente, sendo o serviço mais usado. Assim se compreende a tentação sensacionalista aliada à confusão causada pela falta de aprofundamento na investigação prévia à escrita.

Esta onda de alarmismo levou a que a filial irlandesa do WhatsApp viesse a público refutar grande parte da alegações. Não existe ultimato onde ou o utilizador aceita os termos do Facebook, ou vê a sua conta de WhatsApp excluída.

A reprimenda é avançada pelo IrishTimes que publica as afirmações de um porta-voz do WhatsApp, a saber:

"Não existem mudanças às práticas de partilha de dados na região europeia como resultado da atualização dos termos de serviço e política de privacidade. Para que não reste nenhuma dúvida, na União Europeia o WhatsApp não partilha informações dos utilizadores com o Facebook. Não há troca de dados com vista à melhoria dos produtos, nem de publicidade direcionada por parte do Facebook", afirma o porta-voz do WhatsApp.

A falácia já foi desconstruída na Região Europeia

Niamh Sweeney, a responsável pelas políticas do WhatsApp na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) também veio a público clarificar o tema. Através de cinco publicações em cadeia no Twitter, a temática torna-se mais clara.

"A mais recente atualização da nossa política de privacidade visa providenciar aos utilizadores informações mais detalhadas e transparentes sobre como e quando é que os seus dados são usados", afirma a responsável do WhatsApp.

"É também sobre melhorar a forma como as empresas no WhatsApp se conectam aos clientes. A atualização providencia informação sobre o uso da API do WhatsApp para falar com os clientes, podendo estes agora usar o serviço fornecido pelo Facebook para melhorar gerir os chats e comunicações com clientes.", acrescenta Sweeney.

Em síntese, ninguém excluirá a conta do utilizador caso ele não concorde com os novos termos e condições. As mudanças darão ao utilizador mais informações sobre o que é feito com os seus dados, sendo um reforço da transparência empresarial.

O WhatsApp frisa ainda que qualquer plano que possa envolver a partilha de dados com o Facebook, ou empresas de terceiros, só poderia ser feita assim que a empresa cumpra com os ditames impostos pela Comissão de Proteção de Dados Irlandesa.

O Facebook adquiriu o WhatsApp em 2014

O negócio que envolveu 19 mil milhões de dólares em 2014 estipulou que as informações dos utilizadores do WhatsApp permaneceriam privadas. Esta foi uma das condições impostas ao Facebook aquando desta aquisição.

"Se uma parceria com o Facebook significasse que teríamos que mudar os nossos valores, nós não a teríamos feito. Ao invés disso, nós criamos uma parceria que nos permite continuar independente e autonomamente. Os nossos valores fundamentais e aquilo que acreditamos não mudará. Os nossos princípios não mudarão. Tudo o que fez com que o WhatsApp fosse líder em comunicação pessoal continuará o mesmo. Qualquer especulação que diga o contrário não é apenas sem base ou infundada, é irresponsável".

Acima temos um excerto da publicação que confirmou a compra do WhatsApp pelo Facebook. Ocasião em que os responsáveis pela empresa deixaram bem clara a preocupação com a privacidade do utilizador. Algo que permanece inalterado.

Por fim, caso sinta necessidade, estas são as melhores alternativas a este serviço, com várias opções como o Telegram, Signal, entre outras.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.