O WhatsApp continua no centro da controvérsia. Apesar de na Europa não existir o "ultimato" do Facebook, expressão arremessada pelos tabloides, volta a surgir um problema sério. A pesquisa Google apresenta perfis privados e grupos de WhatsApp.
O problema reside na indexação da Google que colhe os URLs (os links) de alguns grupos de WhatsApp, por norma privados, mas cujo convite para aderir aos mesmos foi partilhado online. Desse modo, os web crawlers da Google são capazes de os encontrar.
Grupos privados do WhatsApp expostos na Pesquisa Google
Note-se que não só os grupos privados são apresentados nos resultados da pesquisa Google, como também algumas informações dos utilizadores. Informações pessoais dos perfis de utilizador que, sob circunstância alguma, deviam aparecer no Google.
Mais ainda, ao serem apresentados nos resultados de pesquisa Google, é possível entrar nos grupos privados de WhatsApp, anulando efetivamente essa privacidade. Quem encontrar estes grupos nos resultados da pesquisa consegue neles entrar.
Algo que pode afetar milhões de utilizadores uma vez que o WhatsApp é a plataforma de mensagens e comunicações instantâneas mais utilizada no mundo.
É a segunda vez que tal sucede ao WhatsApp
Em meados de 2019 esta mesma situação teve lugar. Entretanto, a plataforma pertencente ao grupo Facebook afirmou que o problema estava resolvido e, desde então, não voltamos a ouvir falar neste assunto. A propósito, a empresa viria a público afirmar o seguinte:
"Desde março de 2020 que o WhatsApp inclui a tag "nonindex" em todos os links para as páginas algo que, de acordo com a Google, impedirá esses conteúdos de serem indexados. Já demos o nosso feedback à Google para não indexar estas salas de chat. Como lembrete, sempre que alguém aderir ao grupo, todos os membros receberão um aviso e o administrador pode revogar, ou alterar o convite de grupo a qualquer momento.
Tal como todos os conteúdos partilhados em canais pesquisáveis, ou canais públicos, os links de convite que são publicados na internet podem ser encontrados por outros utilizadores do WhatsApp. Links que os utilizadores queiram partilhar de forma privada com pessoas que conheçam e em quem confiem não devem ser partilhados em websites públicos e pesquisáveis" - a recomendação do porta-voz do WhatsApp.
Grupos de WhatsApp privados aparecem na pesquisa Google
O alerta foi dado pela publicação gadgets360 apontando para a nova falha de privacidade. Na prática, qualquer link de convite para um grupo privado de WhatsApp que tivesse sido partilhado online era detetável pelo motor de pesquisa da Google.
Isto prova, por um lado, a eficiência dos crawlers da Google, e a ténue linha que separa o domínio público do privado. Cientes, ou não, que ao partilharem a ligação de convite estariam a expor as salas de chat do WhatsApp, milhões de utilizadores podem ter contribuído para esta situação.
Trata-se de uma grave brecha de segurança que continua ativa. Portanto, cuidado com a partilha na Internet de links (ligações) de convite para grupos privados de WhatsApp. É possível que os mesmos deixem de ser "Privados".
Falha de segurança compromete a privacidade dos utilizadores
Note-se que qualquer utilizador que encontre estes grupos privados na pesquisa Google pode aderir aos mesmos. Algo que abre a possibilidade para mentes mal intencionadas que queiram roubar informações pessoais, ou espiar conversas de cariz privado.
Mais ainda, qualquer utilizador que entre nesses grupos pode ver o número de telefone, fotos, perfil e outras informações pessoais dos demais membros. O risco de stalking é apenas um dos perigos emergentes desta falha de segurança.
Apela-se à atenção dos administradores de grupos no WhatsApp
Sobretudo através da plataforma WhatsApp Web é muito fácil maximizar o potencial danoso desta falha. Alguém mal-intencionado pode entrar rapidamente em vários grupos após fazer algumas pesquisas no Google.
No decurso de alguma atualização do serviço de mensagens e comunicações instantâneas, a etiqueta que "bloqueava" os crawlers da Google ter-se-á perdido, aqui reside a causa do problema.
Apela-se à atenção redobrada dos administradores dos grupos, estando o WhatsApp já notificado desta ocorrência.
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