WhatsApp clarifica novos Termos de Serviço e critica a Telegram

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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O WhatsApp fará aplicar os novos Termos de Serviço e Política de Privacidade a 15 de maio de 2021. Entretanto, os utilizadores serão convidados a aceitar os novos termos através de um "pop-up" ou prompt assim que abrirem a aplicação para Android e iOS.

Estas alterações surtirão maiores efeitos fora da União Europeia. Entre nós, em Portugal o utilizador está protegido pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados que essencialmente impede a plataforma de comunicações instantâneas de colher abusivamente as suas métricas. Importa sublinhar que na Europa pouco, ou mesmo nada, mudará a partir de maio de 2021.

WhatsApp apresenta novas explicações sobre a sua atualização

Através de uma publicação no blog do WhatsApp a empresa volta a bater em pontos-chave como o perigo das notícias falsas, ou informações erróneas, apontando o dedo aos tabloides que capitalizaram com os receios dos utilizadores.

O "descalabro" do WhatsApp ocorreu no início de janeiro, logo após ter anunciado a alteração à política de privacidade. De imediato, as mudanças na política de funcionamento da plataforma foram associadas à leitura das mensagens e conteúdos do utilizador.

O caso escalou rapidamente e motivou um autêntico êxodo do WhatsApp para plataformas rivais como a Signal e Telegram. A plataforma tardou em reagira, apesar de agora se mostrar totalmente dedicada à reposição da verdade e às clarificações.

O WhatsApp clarifica as alterações e lança farpas à Telegram

"Durante este período, compreendemos que algumas pessoas possam querer experimentar outras aplicações para tentar perceber o que estas têm para oferecer. Temos vistos alguns dos nossos concorrentes afirmar impunemente que não podem ver as mensagens das pessoas." reconhece o WhatsApp perante a adesão às plataformas alternativas nos últimos meses.

"Temos vistos alguns dos nossos concorrentes afirmar impunemente que não podem ver as mensagens das pessoas. Se uma aplicação não oferecer encriptação ponto a ponto como predefinição, significa que podem ler as suas mensagens." aponta a empresa.

O trecho acima publicado é uma farpa lançada à Telegram, plataforma em que a encriptação de ponta a ponta está presente nas Conversas Secretas, mas não nos chats normais. Algo que pode tornar esta alternativa mais propensa a ataques.

Perante isto, a empresa do grupo Facebook afirma que "As mensagens pessoais serão sempre encriptadas ponto a ponto, pelo que o WhatsApp não pode lê-las nem ouvi-las.", vindo assim assegurar o respeito pelas comunicações dos utilizadores.

A Signal é a empresa que menos dados colhe sobre o utilizador

"Outras aplicações afirmam ser melhores porque sabem muito menos informações do que o WhatsApp. Acreditamos que as pessoas procuram aplicações que sejam fiáveis e seguras, mesmo que tal implique permitir o acesso do WhatsApp a alguns dados limitados." pode ler-se no blog da plataforma.

O WhatsApp admite colher mais dados sobre o utilizador, fazendo-o para reforçar a produtividade, conveniência e até a segurança da sua plataforma de comunicações instantâneas.

Por outro lado, o WhatsApp quer diminuir a recolha de dados. "Esforçámo-nos ao máximo por tomar decisões criteriosamente ponderadas e continuaremos a desenvolver novas formas de cumprirmos estas responsabilidades com menos informações e não mais."

A comunicação com as empresas no WhatsApp motivou as alterações

Importa, por fim, clarificar o porquê de o WhatsApp ter sentido a necessidade de alterar os seus termos de serviço e privacidade. Isto deve-se à necessidade e vontade de dar mais ferramentas às empresas para que estas possam estabelecer um canal de contacto com os clientes. Para a empresas isto será uma forma de rentabilizar o seu serviço gratuito e aparentemente pouco lucrativo.

Lembre-se de que estamos a criar novas formas de comprar e conversar totalmente opcionais com uma empresa no WhatsApp. As mensagens pessoais serão sempre encriptadas ponto a ponto, pelo que o WhatsApp não pode lê-las nem ouvi-las.

O WhatsApp continuará a divulgar notas informativas no sentido de clarificar diversos aspetos do seu funcionamento.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.