O futuro da tecnologia tem sido amplamente debatido na Web Summit, que está a decorrer em Portugal. Uma das intervenções em destaque foi a de Max Hodak, que é fundador da Science Corporation e cofundador da Neuralink.
No evento, Hodak falou sobre os avanços das interfaces cérebro-computador e abordou o foco principal da sua empresa Science Corporation, que passa por criar dispositivos capazes de melhorar os sentidos humanos. Em particular, a visão.
“Uma integração real entre o cérebro e a IA”
Na sua intervenção, Max Hodak referiu inclusive que quer criar tecnologia que permita pessoas cegas voltarem a ver. Tal seria possível através do estímulo do córtex visual com sinais elétricos.
Uma ideia-chave que o próprio aponta tem a ver com a “integração real entre cérebro e IA”. Por enquanto, um dos grandes desafios passa por entender como é que o cérebro realmente faz o processamento de informações (via Midiaria).
Ainda que já seja possível mapear padrões neurais, continua a ser um desafio interpretar pensamentos e emoções. “A comunicação entre humanos e máquinas precisa deixar de ser uma via de comando e se tornar uma via de colaboração” - diz Hodak.
Na sua intervenção, comparou ainda o cérebro humano com a forma da IA aprender. O primeiro aprende com base em padrões externos. O segundo, por sua vez, tem a capacidade de se reorganizar a nível interno.
“As interfaces cérebro-computador podem ampliar capacidades humanas, mas também gerar desigualdades. Se apenas poucos tiverem acesso, criaremos um novo tipo de divisão social” - refere o líder da Science Corporation.
Quando se refere à ampliação de capacidades humanas, menciona também a possibilidade de transformação em áreas como a medicina e a educação, por exemplo. No entanto, deixa o alerta para a necessidade de ser um processo transparente e com responsabilidade.
Em suma…
Em jeito de conclusão, Hodak considera que um grande primeiro passo será as pessoas cegas conseguirem voltar a ver. Ainda assim, explica que a grande revolução acontecerá no momento em que dispositivos neurais servirem de ponte para a expansão de potencialidades cognitivas.
“Hoje usamos ecrãs e teclados para interagir com a tecnologia. Amanhã poderemos fazer isso apenas com o pensamento. A diferença entre nós e nossos dispositivos vai desaparecer” - conclui.
Na prática, expandir o conceito de consciência e integrar (não substituir) a IA com o cérebro humano.
