É uma das discussões em voga no reino dos carros elétricos a envolver algumas das marcas mais sonantes: é ou não benéfico apostar em VE com transmissão manual?
Alguns fabricantes, como a Porsche e a Mercedes, defendem que é uma solução que permite aumentar a eficiência dos veículos. Mas nem todos estão de acordo com esta ideia - e a Volkswagen acaba de revelar isso mesmo.
"Não há razão para investir”
Na recente edição do Los Angeles Auto Show, Kai Grünitz, responsável de pesquisa e desenvolvimento global da Volkswagen, confirmou que a empresa não tem planos para investir em transmissões de duas velocidades para os seus veículos elétricos, nem noutro tipo de transmissões manuais.
E a razão, de acordo com citações publicadas pelo Green Cars Report, é simples: não há procura do lado do cliente para transmissões de várias velocidades em VE e, se não há procura, “não há razão para investir nisso”.
O fabricante dá como exemplo o ID.7, que considera um dos carros mais eficientes do seu segmento e que usa a arquitetura MEB da VW para VE (Modularer Elektrischer Baukasten), com uma solução de redução de velocidade própria.
Imagem: Volkswagen
Refere a mesma fonte que o fabricante chegou a desenvolver uma transmissão manual para veículos elétricos - criada a pensar em carros mais ‘nervosos’, como versões GTI. No entanto, Grünitz admitiu ao Green Cars Report que não gostou, preferindo “a suavidade” dos VE que usam transmissão de velocidade única.
Neste sentido, o responsável da Volkswagen referiu que existem outras soluções para otimizar a eficiência, além das transmissões de várias velocidades, defendendo que será “mais importante vir do lado do motor”.
Farpas à Mercedes
Durante a entrevista o representante da Volkswagen foi confrontado com o exemplo da Mercedes, que está a preparar o lançamento do CLA-Class 2026 elétrico. Será um modelo baseado na nova geração da plataforma MMA (Modular Multiaxle Architecture) e que irá usar uma transmissão de duas velocidades.
e uma transmissão de duas velocidades.
Imagem: Mercedes
Para os responsáveis da Mercedes citados pelo Green Cars Report, a utilização deste tipo de transmissão permitirá aumentar a eficiência dos veículos e “a eficiência é a nova moeda”. Kai Grünitz concorda em discordar: “Esperamos que se torne numa nova moeda. Acho que hoje não é”.
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