
Chama-se Adam, veste-se como um músico de rua e roubou os holofotes num festival de música na China. O robô humanoide da PNDbotics tornou-se viral após uma atuação inesperada como teclista principal no VOYAGEX Music Festival. E o mais impressionante é que o robô nem está finalizado.
Ainda em fase de protótipo, Adam promete destacar-se como uma das plataformas mais avançadas de inteligência artificial aplicada à robótica humanoide, destinada a criadores, músicos e engenheiros.
Do laboratório para o palco: Adam em modo estrela do rock
A versão do robô Adam que subiu ao palco com a banda de Hu Yutong não foi identificada oficialmente, mas tudo indica tratar-se da configuração SP, um modelo com 1,67 metros de altura, 62 kg e 44 graus de liberdade distribuídos pelo corpo.
O torque articular de até 340 Nm e as mãos robóticas com cinco dedos permitiram-lhe tocar um keytar de forma convincente, apesar de a atuação ter sido programada previamente e monitorizada por uma equipa técnica.
Para tornar o robô mais acessível ao público, e evitar associações com a estética intimidadora de alguns robôs, a PNDbotics optou por vestir o Adam com hoodie, boné e máscara, criando um visual descontraído e urbano que encaixou na perfeição no ambiente do festival.
Plataforma aberta de IA com foco em aprendizagem por reforço

Por trás da atuação está um projeto ambicioso. A PNDbotics criou uma plataforma robótica de código aberto, voltada para programadores que desejem explorar um robô humanoide modular com suporte a IA.
A estrutura do Adam é compatível com o Isaac Gym da NVIDIA, permitindo treino com Aprendizagem por Reforço Profundo, além de aprendizagem por imitação.
Primeira versão comercial chega em setembro com preço a partir de 45.000 dólares
A primeira versão comercial do Adam será o modelo U (vídeo acima), produzido em parceria com a Noitom, com lançamento previsto para a Conferência Mundial de Inteligência Artificial em setembro.
Esta edição terá apenas a parte superior do corpo e braços montados numa base com rodas, sendo ideal para ambientes colaborativos ou de demonstração estática.
O preço inicial será de 45.000 dólares, enquanto versões mais completas como a configuração SP (semelhante à do festival) já surgiram listadas online por cerca de 100.000 dólares.

Mais exemplos de música robótica? Há para todos os gostos
Se o Adam te deixou curioso, há um universo de robôs músicos e experiências sonoras com IA à espera de serem descobertos:
- Compressorhead: banda de metal formada por robôs físicos.
- Shimon: robô cantor treinado com aprendizagem automática.
- Toa Mata Band: músicos construídos com peças LEGO.
- Automatica: projeto audiovisual com robótica industrial.
- Dadabots e Velvet Sundown: sons gerados 100% por IA, com este último a ultrapassar um milhão de reproduções no Spotify.
O futuro da música pode não ser totalmente robótico, mas não restam dúvidas de que as máquinas já estão a dar espetáculo.
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