Em setembro do ano passado, o Ministério da Educação recomendou a proibição do uso de telemóveis nas escolas até ao 2.º ciclo. Uma medida pedida por várias entidades e que recebe agora um desenvolvimento considerado justo.
Em causa, a possibilidade das escolas poderem optar pelo alargamento desta proibição até ao 3.º ciclo de escolaridade. Uma medida que visa reforçar a coerência das regras em vigor em cada estabelecimento de ensino.
Alargamento da proibição é permitido em escolas que lecionem o 2.º e 3.º ciclos
Esta orientação do Ministério da Educação é destinada às escolas que lecionem o 2.º e 3.º ciclos no mesmo espaço. Ela chega com o propósito de criar um sentimento de justiça entre todos os envolvidos.
De facto, seria estranho que os alunos até ao 6.º ano não pudessem usar o seu telemóvel, mas quem frequentasse o 7.º ano e superiores já podia. Isso traria uma desigualdade de regras e um problema acrescido para as escolas monitorizarem a sua implementação.
Com efeito, cada escola terá a autonomia necessária para implementar as regras que achar justas. Não obstante dessa autonomia, a tutela pede que a comunicação das mesmas seja feita de forma coerente e acessível com a indicação dos espaços e horários em que tal se aplica.
Diretores apelidam-na de "medida justa"
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera que esta é uma "medida justa". Fala que isto evitará problemas na distinção de quem pode ou não utilizar o telemóvel dentro do recinto escolar.
O mesmo responsável mostra-se ainda confiante que esta medida será implementada em muitas escolas. Tudo para evitar que se verifiquem duas realidades dentro do mesmo espaço.
Ainda assim, estão previstas exceções
As orientações enviadas pelo Ministério da Educação preveem ainda cenários em que as escolas podem abrir exceções. Por exemplo, a proibição pode ser ignorada por razões saúde comprovadas, para fins pedagógicos e para evitar barreiras linguísticas, quando alunos estrangeiros necessitem de ferramentas de tradução auxiliares.
Relativamente ao ensino secundário, ainda não há regras definidas, contudo, o Ministério apela ao envolvimento dos estudantes neste processo. Escolas e alunos devem colaborar na elaboração de regras para uma utilização responsável destes dispositivos.