Muito se tem falado acerca das tarifas relacionadas com os carros elétricos chineses. Ao que tudo indica, saber-se-ão, ainda esta semana, novidades relacionadas com este assunto na União Europeia (UE).
Recorde-se que, neste momento, a UE aplica um imposto de 10% padronizado a carros elétricos que vêm de fora. Aparentemente, este valor está prestes a subir a partir do dia 4 de julho, em específico para marcas da China.
As tarifas podem chegar até aos 20%, acreditam especialistas
De acordo com analistas do Citi, a tarifa pode ser “aumentada para ~25-30% dos 10% atuais, enquanto o cenário de risco (40% de probabilidade) prevê um aumento na tarifa para 30-50%” (via CNBC).
Quanto ao aumento expectável, também um especialista em investimentos da KraneShares se manifestou sobre o assunto. No entender de Anthony Sassine, é de prever que as tarifas possam chegar até perto dos 20%.
A confirmar-se a previsão de Sassine, a tarifa sobre os veículos elétricos chineses poderá duplicar. Recuando um pouco atrás no tempo, até outubro de 2023, podemos observar que a Comissão Europeia (CE) investigou os subsídios dados a fabricantes chineses.
Com base nos dados recolhidos através da investigação, a UE começou a encarar a China como uma grande concorrente, ou até mesmo uma “ameaça”. Ainda assim, há quem não acredite que estes obstáculos vão ser um grande impedimento para marcas chinesas.
Sassine acredita que as medidas não impedirão as empresas da China de cumprir os seus objetivos
Nas palavras de Sassine, citado pela mesma fonte, “os fabricantes chineses são tão eficientes, estão tão à frente da curva, que tarifas como esta – não creio que irão impactar muito os preços aqui. Eles ainda serão mais competitivos do que os seus homólogos da UE”.
Esta aparição da China como uma potência em ascensão tem muito a ver com o apoio governamental dado ao setor. Como tal, também os Estados Unidos sentiram preocupação com este crescimento, como a 4gnews chegou a noticiar.
Segundo os americanos, é um motivo de alerta saber que a China pode prejudicar as empresas dos Estados Unidos, com a sua oferta de qualidade e a preços convidativos. Tanto assim é que o governo de Biden aumentou drasticamente as tarifas para 100%.
Empresas chinesas têm "explorado" a Europa
Dito isto, poderia ser de prever um abrandamento chinês, mas não é isso que está a acontecer. Antes pelo contrário, a sua presença é cada vez mais notória na Europa. A Xpeng e a BYD, por exemplo, apresentaram novos modelos no velho continente.
Já a BYD, que também tem ganho enorme destaque, anunciou que vai construir uma fábrica na Hungria. A Nio, por sua vez, inaugurou um showroom em terras neerlandesas, mais concretamente em Amesterdão.
Quer isto dizer que a China não parece ter intenções de desarmar. Quem o considera é Cedomir Nestorovic, professor de geopolítica da ESSEC Business School, que afirma que “dezenas” de marcas estão com os olhos postos na Europa.