Um lançamento rodeado de dúvidas
Em junho, a Trump Mobile, empresa criada pelos filhos de Donald Trump, abriu as pré-encomendas para o seu primeiro smartphone, o T1 Phone.
O dispositivo prometia ser um Android fabricado nos EUA, com um design semelhante ao iPhone e até uma versão banhada a ouro. Mas três meses depois, muitos compradores continuam sem qualquer entrega nem informação clara.
100 dólares, um recibo e silêncio
Quem fez a pré-encomenda recebeu apenas um recibo do depósito de 100 dólares. Não houve mais emails, nem atualizações, nem sequer acesso ao portal online da marca. Ao tentar entrar na conta no site oficial, o sistema devolve erros.
A única alternativa é ligar para o número de apoio 888-TRUMP45, onde os representantes dizem apenas que os envios podem acontecer “em outubro”.
Um telemóvel em constante mudança
A situação torna-se ainda mais confusa quando analisamos a comunicação da própria marca. Desde o anúncio, o T1 Phone já apareceu em várias versões diferentes: primeiro um clone de iPhone, depois um verdadeiro iPhone 16 Pro Max pintado de dourado, e mais recentemente um Galaxy S25 Ultra com o logótipo da capa Spigen visível nas imagens oficiais. A promessa inicial de “feito na América” também desapareceu rapidamente do site, substituída por frases vagas como “feito com mãos americanas”.
Uma estratégia conhecida?
Analistas lembram que este não seria o primeiro negócio da família Trump a levantar suspeitas. Do lado dos compradores, cresce a sensação de fraude: pagaram mas continuam sem produto nem garantias. O receio é que a história acabe como muitas outras ligadas ao nome Trump: uma empresa criada depressa, explorada ao máximo e depois encerrada sem consequências legais.
O que esperar nos próximos meses
Seja em outubro ou mais tarde, a Trump Mobile terá de entregar algum produto, ou arrisca-se a enfrentar ações legais coletivas. Mas mesmo que os telefones cheguem, é pouco provável que correspondam às promessas iniciais. O mais provável é um Android barato com banho dourado, vendido a 499 dólares (cerca de 423 euros), deixando os compradores com a sensação de terem sido enganados.
No meio desta incerteza, uma coisa é clara: o T1 Phone é hoje mais um símbolo de dúvida do que de inovação tecnológica.