Ao que tudo indica, a Tesla vai despedir uma grande parte da sua mão de obra. As últimas informações apontam para um despedimento de cerca de 10% dos trabalhadores. Em termos práticos, isso significa cerca de 14.000 empregos.
De acordo com o The Guardian, um dos motivos que explica isso é a desaceleração da procura em relação a produtos da Tesla. A decisão terá sido anunciada, em primeira mão, pelo CEO da empresa, Elon Musk. Recorde-se que, globalmente, a Tesla dá trabalho a cerca de 140.473 pessoas.
Na publicação feita por Elon Musk, o próprio referiu que a decisão era bastante difícil de ser tomada. Nas palavras do CEO da Tesla, “não há nada que eu odeie mais, mas deve ser feito. Isso permitir-nos-á ser inovadores e ávidos pelo próximo ciclo da fase de crescimento” (via The Guardian).
O ano não tem sido particularmente fácil para a Tesla. De acordo com a mesma fonte de informação, a empresa presidida por Musk fez um total de 387.000 vendas no primeiro trimestre de 2024. O número em questão fica 13% abaixo daquilo que seria expectável.
A Tesla considera um conjunto de motivos que fazem os números descerem
Em relação aos motivos responsáveis por este número insatisfatório, a marca evocou alguns motivos. Desde já, ataques a navios no Mar Vermelho que terão prejudicado, assim como um incêndio numa fábrica em Berlim. Isso, associado à diminuição da procura, poderá ter feito com que os números baixassem.
Acerca dos resultados recentes menos positivos, Elon Musk foi questionado sobre o assunto. Tendo sido colocada a possibilidade da sua personalidade ser uma razão de instabilidade, o próprio afastou esse cenário de forma veemente.
Quem também se pronunciou sobre o assunto foi Ross Gerber, que não raras vezes critica Elon Musk. O presidente-executivo da Gerber Kawasaki disse que os despedimentos são “uma prova do verdadeiro custo dos danos à marca, à medida que as vendas da Tesla caem numa economia forte” (via The Guardian).
O próprio ainda foi mais longe e apontou para uma combinação de fatores que fazem com que a Tesla esteja a viver um mau momento. Segundo Gerber, a situação difícil deve-se a três problemas: pouca publicidade, concorrência real e um CEO polémico.
Apesar dos números baixos do primeiro trimestre, os resultados abaixo do esperado já vêm do ano passado. No último trimestre de 2023, a Tesla teve uma margem de lucro bruto de 17,6%. Em quatro anos, foi a mais baixa de sempre.
Há dois nomes fortes da Tesla que também anunciaram a sua saída
Sobre o assunto, Matthias Schmidt também tece as suas considerações. O analista da indústria automóvel vê nos despedimentos um reflexo do ritmo lento de crescimento do mercado. Para este, torna-se evidente que também a Tesla sofre com isso.
Por falar em saídas, também há dois nomes fortes da Tesla que vão deixar de colaborar com a marca. São estes Drew Baglino, chefe de desenvolvimento de baterias, e Rohan Patel, vice-presidente de políticas públicas.
Para fazer face a este mau momento, a Tesla tem adotado algumas medidas para estimular as vendas. Na América do Norte, por exemplo, a marca reduziu significativamente os preços, para aumentar a procura (via Observador).