Há cerca de três meses, Elon Musk anunciou com a espetacularidade habitual a nova versão da tecnologia Smart Summon, usada para permitir aos veículos Tesla o estacionamento remoto e a deslocação autónoma até à localização do seu proprietário.
Cerca de três meses depois, mais de 2.5 milhões de veículos Tesla estão a ser investigados pela National Highway and Traffic Safety Administration (NHTSA), após denúncias de vários incidentes com essa tecnologia ativada.
Mas, afinal, o que se passa com a “Actually Smart Summon” - a nova designação da tecnologia integrada no pacote Full Self-Driving (FSD) e já conhecida, na comunidade de fãs da Tesla, ‘ASS’?
Três modelos e 16 incidentes
O caso está a ser divulgado pelo The Verge e parte de informação divulgada pela NHTSA, que afirma ter recebido relatórios de 16 incidentes envolvendo o recurso desta funcionalidade da Tesla.
A mesma entidade avança que os incidentes reportados ocorreram com as versões de versões 2016-2025 dos Tesla Model S e X, com as versões do Model 3s de 2017-2025, bem como com o Model Ys de 2020-2025. A investigação está a ser realizada pelo Office of Defects Investigation (ODI), da NHTSA.
Refere o The Verge que, desde a atualização desta funcionalidade, vários vídeos têm sido publicados nas redes sociais mostrando alegados acidentes, incluindo Teslas a raspar noutros carros, a chocar com paredes ou a embater em sinais de estacionamento verticais.
No entanto, o mesmo site esclarece também que há vídeos que mostram a função Actually Smart Summon a funcionar sem problemas, em estacionamentos lotados, como, de resto, Elon Musk mostrou em setembro de 2024.
Claro que o foco da NHTSA está nos casos que não correram bem e, mesmo sem feridos reportados, esta entidade pretende perceber o porquê das ocorrências “em que, o utilizador teve muito pouco tempo de reação para evitar um acidente, quer com a linha de visão disponível quer libertando o botão da aplicação do telefone, que para o movimento do veículo”.
A culpa é das câmaras?
Uma das razões para os incidentes ocorridos poderá estar associada precisamente à atualização da funcionalidade Smart Summon e às alterações introduzidas pela Tesla.
Segundo o The Verge, a Tesla decidiu remover o radar e os sensores ultrassónicos dos veículos, a favor de uma abordagem que utiliza apenas câmaras de vídeo. São essas câmaras que permitem aos carros andar num local fechado e controlado de forma autónoma.
Apesar das as investigações em curso, a NHTSA refere não ter ainda recebido qualquer comunicado oficial da Tesla, ao abrigo da obrigatoriedade que as empresas têm de comunicar incidentes sempre que sejam usadas funcionalidades automatizadas ou autónomas.