Será que estamos a ser espiados nos nossos telemóveis? Eis uma dúvida que, não raras vezes, vem à baila. Afinal de contas, é possível que já tenhas falado sobre um tema X e, passado algum tempo, recebas sugestões sobre o mesmo tema.
Quem sugere essa mesma prática é a Cox Media Group (CMG). Num discurso feito pela própria marca, esta partiu de uma questão principal. A pergunta tinha a intenção de perceber o que significa para um negócio atingir clientes ao ouvir as conversas do dia a dia.
CMG diz ter capacidade de usar “voice data” para fins comerciais
Na resposta à própria pergunta, a CMG refere: "não, não é um episódio de Black Mirror - é Voice Data, e a CMG tem a capacidade de usá-lo para sua vantagem comercial" (via Mashable).
Sobre o assunto, a empresa em questão admite que tal é “assustador”, mas salienta ainda que é “ótimo para marketing”. Segundo a mesma fonte, a CMG tem promovido os seus serviços de “Active Listening”.
Como o próprio nome sugere, trata-se de um recurso, baseado em microfones, que serve para ouvir os utilizadores. Dessa forma, fica muito mais fácil fazer publicidade direcionada e com impacto.
A parte que é mais difícil de compreender entra agora. Segundo a 404 Media, especialista na área, a CMG mantém parceria com Google, Microsoft, Amazon e Meta. No entanto, as 4 empresas em questão negam qualquer tipo de espionagem.
O que diz a Google e companhia?
Demarcando-se de qualquer prática de “espionagem”, a Google referiu à Mashable que “todos os anunciantes devem cumprir todas as leis e regulamentações aplicáveis, bem como as políticas do Google Ads, e quando identificarmos anúncios ou anunciantes que violem essas políticas, tomaremos as medidas adequadas”.
Já a Microsoft refere: “estamos a investigar e tomaremos todas as medidas necessárias de acordo com as nossas políticas”. A Amazon, por sua vez, adianta que “a Amazon Ads nunca trabalhou com a CMG neste programa e não tem planos de fazê-lo”.
Por fim, a Meta afirma que “não usa o microfone para anúncios”. A detentora de Facebook, Instagram e Whatsapp diz que entrará em contacto com a CMG, para que seja feito um esclarecimento sobre o assunto.
Posto isto, uma coisa sabemos: algo não bate certo. Ou a Google e companhia estão a deixar algo por dizer. Ou então o que a CMG diz não é bem assim. Fica a questão por esclarecer.