Telegram sofreu um ataque do governo chinês, afirma o CEO

Vitor Urbano
Vitor Urbano
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O CEO do Telegram, Pavel Durov, confirmou que o enorme ataque DDoS teve origem na China, o que traz inevitáveis associações ao governo chinês. Este ataque surgiu exatamente na altura em que, milhares de protestantes se organizavam em Hong Kong contra uma possível lei chinesa.

Durov vai ainda mais longe, e afirma que esta situação não terá sido apenas uma "coincidência". Especialmente porque durante estes protestos, o Telegram tem sido uma das principais ferramentas para coordenar as ações de milhares de pessoas.

Os cidadãos de Hong Kong protestam contra uma possível lei que irá permitir à China proceder à extradição de criminosos para o seu território, sempre que achar necessário.

Não parece haver limites para as ações ilegais da China

Este é um acontecimento que prova não haver limites para as medidas tomadas pelo governo chinês. Não há dúvida que este ataque teve como objetivo conseguir controlar as ações/decisões dos cidadãos de Hong Kong, um território independente da China.

Especialmente quando essas decisões poderão vir a garantir mais poder para o governo chinês. Caso esta lei venha a ser aprovada, a China terá o poder para extraditar qualquer recluso para o seu território, colocando assim todos os cidadãos de Hong Kong em risco, visto que poderão ser alvos de falsas acusações caso o governo chinês queira realizar a sua extradição.

Um ataque cibernético impossível de ser 'atribuído' ao governo chinês

Este foi um ataque extremamente inteligente por parte do governo chinês, ainda que seja praticamente impossível atribuir com toda a certeza à sua instituição. Ainda que o CEO do Telegram tenha confirmado que o ataque teve origem em IPs chineses, não é possível obter mais nenhum tipo de informação.

O Telegram tem diversas tecnologias de encriptação, que codificam todas as mensagens enviadas através dos seus servidores. Desta forma, o 'bombardeamento' dos servidores tornou impossível conseguir descobrir mais detalhes sobre a sua origem.

Até que ponto este ataque poderá ser negativo para a Huawei?

É verdade que hoje em dia tornou-se quase um clichê interligar todas as notícias do governo chinês e Huawei. Mas, neste caso, torna-se inevitável.

Certamente que o facto da China continuar a realizar óbvios ataques cibernéticos a importantes serviços, não vai ajudar em nada a situação da Huawei.

Relembro que a fabricante chinesa tem sido constantemente acusada de espionagem para o governo chinês, levando a que fosse banida dos Estados Unidos e tantos outros problemas com dezenas de outros países.

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Vitor Urbano
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Sempre de mão-dada esteve a tecnologia, o desporto e o mundo gaming. Por isso, se não estiver a escrever sobre o que de novo há no mundo da tecnologia, o mais provável é estar a jogar uma partida de Ultimate Team no FIFA 19.