A ideia de sobrevoar o trânsito caótico de Nova Iorque está cada vez mais próxima de sair da ficção científica. A Archer Aviation, empresa de Santa Clara especializada em eVTOLs (aeronaves elétricas de descolagem e aterragem vertical), revelou planos para instalar uma rede de vertiportos na cidade já nos próximos meses.
O objetivo ambicioso é começar a transportar passageiros entre Manhattan e aeroportos como o JFK em apenas 5 a 15 minutos.
Um voo de Manhattan ao JFK em vez do engarrafamento

A proposta é simples: cortar drasticamente o tempo de deslocação que hoje pode ultrapassar as 2 horas de carro nas horas de ponta. A rede será baseada em heliportos já existentes, operados por parceiros como a Atlantic Aviation, que está a preparar o histórico heliporto de Manhattan para receber os primeiros voos elétricos.
O modelo escolhido para esta operação é o Midnight, eVTOL da Archer com capacidade para 4 passageiros e um piloto. A aeronave promete voos rápidos, silenciosos e com emissões zero — e já conta com uma encomenda de 300 unidades por parte da United Airlines.

A mesma companhia aérea está envolvida na operação da rede em Nova Iorque e poderá integrar os táxis aéreos como extensão dos seus voos regulares, reduzindo o tempo total de viagem “porta-a-porta”.
O preço de voar sobre Nova Iorque? 150 dólares

Se tudo correr como planeado, uma viagem aérea entre Manhattan e o JFK poderá custar cerca de 150 dólares, praticamente o mesmo que uma corrida de Uber Black ao nível do solo. E para Adam Goldstein, CEO da Archer, o mercado nova-iorquino está mais do que pronto para levantar voo.
“Com a infraestrutura de helicópteros já existente, apoio regulatório e uma procura elevada, acredito que Nova Iorque pode ser um dos primeiros mercados para táxis aéreos nos Estados Unidos”, declarou numa notícia do site oficial da Archer.
A ambição é clara e o cronograma apertado: o objetivo declarado é iniciar a operação comercial já em 2025. A contagem decrescente já começou.
Certificação, voos de teste e concorrência

A Archer está na reta final para obter a “Certificação de Tipo” da FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA), documento essencial para que possa operar voos comerciais nos principais aeroportos do país.
A empresa já conseguiu realizar a transição bem-sucedida do voo pairado para voo horizontal — uma barreira tecnológica que poucos conseguiram ultrapassar até agora — juntando-se assim a nomes como a Joby Aviation, AutoFlight e Beta Technologies.
Segundo o AAM Reality Index, uma classificação que avalia a prontidão das empresas do setor da mobilidade aérea, a Archer está entre as favoritas para lançar operações comerciais ainda este ano. A Joby também deverá levantar voo até ao final de 2025, depois de realizar um voo tripulado em Nova Iorque em 2023 com o seu modelo S4.
Já a Volocopter, outro nome em destaque, enfrenta tempos mais turbulentos. Após declarar insolvência em dezembro e entrar em administração judicial no início de 2024, foi recentemente adquirida pela Diamond Aircraft, o que levanta dúvidas quanto à viabilidade do seu cronograma para 2025.
Nova Iorque, mas não só: planos também para LA e São Francisco

Apesar de agora estar de olhos postos em Nova Iorque, a Archer já tinha anunciado anteriormente a construção de redes semelhantes em São Francisco e Los Angeles, com o objetivo de criar corredores aéreos rápidos entre pontos estratégicos das duas cidades.
A base industrial para essa expansão já está em marcha: uma nova fábrica está a ser construída na Geórgia, com capacidade para produzir mais de 2.000 aeronaves por ano, em parceria com a gigante automóvel Stellantis.
Parece que não vai demorar até vermos os táxis aéreos em ação.
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