A app portuguesa está disponível na Google Play Store e App Store - para Android e iOS - desde 1 de setembro. Agora, a aplicação STAYAWAY COVID é considerada um rotundo fracaso, sendo removida por mais de 1,8 milhões de portugueses.
Apesar das insistências e apelos de várias entidades governamentais, em Portugal a app de rastreio foi rejeitada. Cinco meses após o seu lançamento, como refere o portal "Eco", pelo menos 60% dos utilizadores já apagaram a aplicação StayAway Covid.
O propósito da app STAYAWAY COVID
Criada para auxiliar e acelerar o rastreio dos contactos de pessoas que são diagnosticadas com a COVID-19 em Portugal, a app carece da aprovação dos portugueses. Segundo aponta o Público, a onda de desinstalações continua a crescer entre os utilizadores.
Em cinco meses, a app enviou 2 708 alertas de contágio aos utilizadores da mesma, sendo esta o seu propósito. A aplicação foi desenvolvida pela FCT FCCN com apoio Estatal e explica a sua premissa de ação no website dedicado.
" A aplicação permite, de forma simples e segura, que cada um de nós seja informado sobre exposições de risco à doença, através da monitorização de contactos recentes. A aplicação é de utilização voluntária e gratuita e, em momento algum, tem acesso à sua identidade ou dados pessoais", pode ler-se no portal da app StayAway Covid.
3 milhões de instalações - 2 708 códigos gerados, a matemática do fracasso
Em outubro último a aplicação atingiu o pico de utilizadores ativos. Foi nessa altura que o primeiro-ministro António Costa levou ao Parlamento uma proposta de lei que tornaria obrigatória a utilização da aplicação - a proposta foi chumbada.
Desde então, apenas 39% dos quase três milhões de pessoas que instalaram a aplicação através da Google Play Store, App Store e App Gallery da Huawei é que a continuam a usar. O número continua a cair de dia para dia.
"As pessoas estão a perder a confiança na app porque não há códigos", confessa o presidente do INES Tec, José Manuel Mendonça, responsável pela equipa que gere a aplicação, em declarações ao Público.
A app oficial de notificação de exposição à COVID-19
A aplicação chegou inquinada desde o momento do lançamento em Portugal, sendo essencialmente um radar que alerta o utilizador sobre potenciais exposições a outros utilizadores da app que estivessem infetados com a COVID-19. Para tal, é necessário que o utilizador insira o código identificativo na aplicação.
Ora, com 3 milhões de instalações, a app terá registado 2 708 códigos nos cinco meses desde o lançamento, a app pouco ou nada tem para a apresentar. São resultados míseros que demonstram a desapropriação desta solução para a realidade portuguesa.
O "auxiliar valioso no rastreio da COVID-19" é uma solução só acessível a uma fração da sociedade portuguesa. A sua instalação pode ser relativamente simples, mas o uso e inserção dos códigos não o é - não numa sociedade em que a literacia digital é escassa.
O sucesso da StayAway Covid dependia do uso voluntário
Usar a COVID-19 é simples para mim, para o leitor assíduo da 4gnews, mas nós somos a exceção. Pior ainda, quando uma mera proposta legislativa colocou a app e "obrigação" na mesma frase, o destino da mesma ficou aí traçado.
Qualquer iniciativa deste género, que repouse, resida e dependa de algo tão pessoal como o smartphone teria, sempre, que partir do livre espírito de escolha dos utilizadores. Apesar de chumbada, a proposta de António Costa afundou qualquer hipótese de sucesso que esta aplicação pudesse vir a ter.
Há mérito numa aplicação como a StayAway Covid, mas nunca nos moldes "obrigatórios" com que nos foi "sugerida" em outubro último. Prova disso foi o pico de instalações da aplicação na altura em que a proposta foi noticiada, generalizando-se o medo e aumentando as instalações, mas esvaziando-se uma boa iniciativa digital do seu espírito - voluntário.
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