A SPC tem vindo a consolidar a sua presença no mercado português de tablets, com a aposta em produtos com uma boa relação qualidade-preço. O novo Gravity Pro é o topo de gama desta sexta geração, e a marca quer que ele seja uma referência em "tecnologia útil e acessível".
A versão de 11 polegadas custa 229,99 € em Portugal. E esta que testámos, de 12 polegadas, chegou ao nosso país por 249,99 €. Estive a usar este tablet nos últimos dias para perceber se cumpre as promessas, especialmente no que toca ao seu ecrã "Matte View Display".
Unboxing
A caixa do SPC Gravity Pro é simples e traz o essencial. Após aberta, encontras o tablet, um cabo USB-C para USB-C, que é bem-vindo, e os habituais manuais de utilizador.
Carregador de parede? Nem vê-lo, como esperado. Terás de usar um que tenhas por casa e a marca recomenda um de 18W ou superior para o carregamento rápido suportado. Uma capa de proteção também não está incluída, o que é uma pena.
Design e construção
O Gravity Pro tem um corpo metálico na cor "Lunar Mist", que lhe confere um aspeto sofisticado e uma sensação de robustez. Para um tablet de 12 polegadas, os seus 7,9mm de espessura e 610 gramas de peso estão dentro do esperado e é um equipamento agradável de segurar ou transportar.
O design é funcional, como se quer nesta faixa de preço. Conta com certificação IP42, que basicamente o protege contra objetos sólidos maiores que 1 mm e também contra respingos de água. Não esperávamos mais nesta faixa de preço.
Não temos aqui desbloqueio por impressões digitais, mas podes usar o reconhecimento facial para o fazer. Este pode ser combinado com um padrão, PIN ou palavra-passe.
Ecrã
Este é o grande ponto de venda do Gravity Pro, o Matte View Display. Trata-se de um painel IPS InCell de 12 polegadas com resolução Full HD+ (2000x1200, formato 16:10) e um tratamento antirreflexo que lhe dá um acabamento mate.
E resulta? Sim, reduz significativamente os reflexos e o encandeamento, tornando a leitura e o uso em ambientes com muita luz (ou mesmo no exterior, com moderação) muito mais confortáveis.
A SPC diz que a textura micro-rugosa até dá uma sensação ao toque tipo papel. É, sem dúvida, um ecrã de qualidade para ler durante longos períodos, e que ajuda a minimizar o cansaço visual.
No entanto, este acabamento matte e a tecnologia do painel trazem compromissos. As cores são visivelmente menos vibrantes do que num ecrã brilhante tradicional, parecendo algo "deslavadas".
E a taxa de atualização é de apenas 60Hz, o que significa que a fluidez na navegação e em animações fica aquém do que já vemos em muitos tablets. O brilho máximo para uso interior é suficiente. No exterior, o acabamento mate ajuda mais do que o brilho em si. Mas também aqui há espaço para melhorar.
Áudio
Um ponto positivo é a inclusão de altifalantes estéreo. Isto proporciona um som estéreo com maior imersão e volume do que os habituais dois altifalantes, tornando a experiência de ver vídeos ou ouvir música mais agradável. Especialmente considerando o preço.
Não temos aqui uma experiência de áudio de topo, mas para o preço está uma experiência interessante. A marca não colocou uma entrada de jack 3,5 mm na lateral, que é algo que esperávamos ver num tablet da SPC.
Desempenho
O motor deste tablet é um processador Unisoc T606 Octa-Core, acompanhado por 6GB de memória RAM. Não te iludas, não é um processador para desempenho de topo. Para tarefas do dia a dia serve o seu propósito.
Podes navegar na web, redes sociais, ver vídeos no YouTube ou serviços de streaming, ou usar apps de produtividade leve. Este cumpre com essencial. No entanto, o desempenho podia ser melhor. Por vezes deparamo-nos com alguns soluços em multitasking mais intensivo ou ao abrir apps mais pesadas.
Embora o processador seja modesto, parece-me que ter uma taxa de atualização superior poderia ajudar a mitigar este inconveniente. Não é um tablet para jogos exigentes, mas não se nega aos jogos mais casuais. O armazenamento interno é um ponto forte: 256GB, que podes expandir com um cartão microSD até 512GB.
Interface
O Gravity Pro corre Android 14 e, um grande ponto a favor, vem com uma versão limpa do sistema, sem bloatware pré-instalado. Isto acaba por ajudar à fluidez e também liberta espaço útil. n~A conectividade é boa para o preço, com 4G LTE (Dual SIM) e Wi-Fi 5.
O que fica no ar é a política de atualizações da SPC. Á data de escrita ainda não sabemos se (ou por quanto tempo) este tablet receberá novas versões do Android ou atualizações de segurança.
Câmara
As câmaras de 13MP na traseira com flash e 8MP na parte são o básico dos básicos. Servem para uma videochamada, para digitalizar um documento ou para uma foto rápida de referência se não tiveres mais nada à mão.
Não esperes qualidade para recordar momentos especiais. Mas já se sabe que andar na rua a tirar fotos com um tablet também não é propriamente o mais aconselhável ou bem visto. A gravação de vídeo é em 1080p.
Bateria
Com 8000mAh na versão de 12 polegadas, a autonomia é um dos trunfos deste modelo. A SPC fala em até 12,5 horas de reprodução contínua. Pelos meus testes, isto traduz-se num ou dois dias de uso moderado sem problemas.
O carregamento é via USB-C e suporta "carga rápida" de 18W. Embora 18W não seja propriamente muito rápido para uma bateria desta dimensão, é melhor que os 10W de alguns rivais. Tem ainda a útil função de carga inversa, para dares bateria a outros gadgets.
Conclusão
Este SPC Gravity Pro de 12 polegadas é uma proposta interessante para um nicho específico: se procuras um tablet com um ecrã grande mate, bom e confortável para ler durante horas e para usar em ambientes com muita luz. E claro, se valorizas o armazenamento expansível, 4G e áudio com altifalantes estéreo a um preço relativamente acessível (229,99 € na versão de 11"), ele cumpre.
Mas tens de estar disposto a aceitar um ecrã com cores menos vivas e apenas 60Hz, um desempenho apenas suficiente para tarefas básicas (com alguns soluços) e a incógnita das atualizações. Para quem procura um tablet acessível com ecrã matte, é difícil ignorar esta boa proposta da SPC.
