Baterias mais baratas, com maior eficiência energética, para mais autonomia e com carregamentos (muito) mais rápidos: estes são alguns dos condimentos do ‘santo graal’ que os fabricantes de carros elétricos tanto procuram para as suas próximas gerações de veículos.
A Mercedes é uma das marcas que se insere neste grupo e a aposta na sua Mercedes-Benz modular architecture (MMA), baseada numa arquitetura de bateria de 800 volts, é apenas o início do processo.
A juntar à sua MMA, a empresa aposta também numa nova versão da sua solução de propulsão elétrica Electric Drive Unit (EDU 2.0), com a qual pretende inscrever o seu nome como um dos principais players no mercado dos VE.
Nova configuração de motores elétricos
Um conjunto de documentos revelados pelo fabricante alemão revelam a lógica e as tecnologias envolvidas na próxima geração de veículos 100% elétricos.
Após alcançar "novos padrões em termos de eficiência com a plataforma tecnológica VISION EQXX", a ideia é incorporar os resultados deste projeto nos seus veículos de produção em série. Ou seja, combinar a plataforma MMA com a solução EDU 2.0 e com uma tecnologia de gestão dos motores dianteiro e traseiro, denominada Disconnect Unit (DCU), já usada nos modelos 4MATIC.
Em termos básicos, a tecnologia DCU faz com que a unidade dianteira deixe de ser usada quando não é necessária, reduzindo em cerca de 90% as perdas do eixo dianteiro e adicionando assim alguns km à autonomia do veículo. A novidade não está propriamente na utilização desta tecnologia, mas na sua aplicação à unidade EDU 2.0.
Autonomia para 750km... com carregamento mais rápido
A Mercedes promete assim para a sua próxima geração de carros totalmente elétricos a utilização do conjunto de todas estas tecnologias, com o objetivo de atingirem autonomias e velocidades de carregamento bem acima do que hoje é conseguido.
Em preparação está a nova série Mercedes CLA, que irá incluir modelos com diferentes designs de carroçaria - uma família de quatro modelos composta por um CLA berlina de quatro portas, um ‘shooting brake’ e dois SUVs.
Refere o documento do fabricante alemão que “a peça central desta arquitetura de veículo versátil e flexível é o chamado chassis skateboard, um conjunto de piso concebido principalmente para automóveis elétricos, incluindo os componentes de transmissão e chassis correspondentes”.
Além disso, o recurso à plataforma MMA e às tecnologias apresentadas permitirão aos novos CLA atingir autonomias e velocidades de carregamento bem acima do que hoje é conseguido.
Refere a Mercedes que “o resultado final é que a tração elétrica, tal como demonstrado no Concept CLA Class, visa uma autonomia WLTP superior a 750 quilómetros”. A empresa fala também de uma eficiência de 93% entre a bateria e a roda em viagens longas, o que “também oferece uma autonomia excecional no mundo real”.
Por fim, pelo facto de usar a arquitetura elétrica de 800 volts – e desde que usada uma “versão premium da bateria” -, será possível efetuar um carregamento DC de alta potência até 320 kW. Segundo a Mercedes, em 10 minutos de carga será possível garantir cerca de 300km de autonomia.