Ao contrário do que se pensou inicialmente, a Huawei poderá ser impedida de utilizar o sistema operativo Android. De acordo com as leis de direitos de autor dos Estados Unidos, após a sua inclusão na 'lista negra', a Huawei não terá acesso nem à versão Open Source do Android (AOSP), o que poderia ser a base do seu próprio sistema operativo.
Numa fase inicial, tudo indicava que a fabricante teria já um plano de contingência para este acontecimento, através de uma possível parceria com a loja de aplicações Aptoide. Mas, tudo poderá ficar mais complicado, sendo possível não terem a possibilidade de oferecer aos seus utilizadores às aplicações Android.
Sendo o Android um sistema operativo Open Source, as empresas podem realizar cópias do código base, de forma a criarem os seus próprios projetos. Mas, ao proibir empresas nacionais de realizar contratos com determinada marca/fabricante, acabam por 'destruir' o acesso a licenças de acesso aberto.
Apps Android em smartphones da Huawei poderão ser apenas uma miragem
Neste caso, o governo norte-americano proibiu todas as empresas nacionais de realizar negócios/parcerias com a Huawei. Por consequência, a fabricante fica impossibilitada de conseguir obter a licença para utilizar o código AOSP.
Sem o acesso legal ao código Open Source do Android, os futuros smartphones da fabricante chinesa ficariam impossibilitados de correr as Apps criadas para o sistema operativo da Google. Muito provavelmente, este sistema operativo acabaria por se apresentar completamente impotente, quando comparado com o Android/iOS.
Relembro exemplos como o Windows Mobile e o Tizen (da Samsung), que acabaram por desaparecer ao não conseguir garantir uma oferta de aplicações que cativasse os utilizadores. O mesmo cenário poderá acontecer com o alegado sistema operativo da Huawei.
Donald Trump vai conseguir 'fazer dobrar' a Huawei
A 'batalha' entre a Huawei e o governo de Donald Trump já se arrasta há muito tempo, onde as acusações de espionagem foram surgindo cada vez de forma mais frequente. No entanto, esta não é a primeira fabricante a ser alvo destas acusações.
Também a ZTE foi alvo de um ataque semelhante, mas apresentou-se como um alvo bem mais 'acessível', ao render-se facilmente às imposições dos Estados Unidos.
Recentemente, o fundador da Huawei — Ren Zhengfei — assumiu uma vez mais uma posição de confronto face às ameaças dos Estados Unidos, revelando que não irão ceder a pressões.
Apesar das suas afirmações, é possível que Ren Zhengfei não tenha grandes opções, a não ser ceder às condições dos Estados Unidos. O ban aplicado à Huawei poderá ter repercussões muito mais graves do que seria esperado. Por isso, a única solução de 'sobrevivência' da fabricante poderá mesmo ser ceder às pressões exercidas pelos Estados Unidos.
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